Mundo

Governo dos EUA anuncia projeto de nova bomba nuclear 24 vezes mais potente que a de Hiroshima

Desenvolvimento de modelo B61-13 faz parte de modernização de arsenal atômico americano, que deve custar US$ 400 bilhões até 2046

Joe Biden: presidente dos Estados Unidos enfrenta grandes problemas em seu governo (Agence France-Presse/AFP)

Joe Biden: presidente dos Estados Unidos enfrenta grandes problemas em seu governo (Agence France-Presse/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 30 de outubro de 2023 às 17h09.

Última atualização em 30 de outubro de 2023 às 17h20.

O Departamento de Defesa americano anunciou, nesta sexta-feira, o projeto de uma nova bomba atômica para seu arsenal nuclear. A iniciativa precisa ainda de autorização do Congresso dos Estados Unidos para começar.

De acordo com as autoridades americanas, a nova arma oferecerá ao presidente "opções adicionais contra alvos militares maiores e mais difíceis", enquanto modelos antigos de explosivos nucleares vão sendo aposentados pelo Departamento de Defesa. Batizado de B61-13, o armamento deverá, assim, substituir algumas das mais antigas bombas B61-7. Ambas detém poder de destrutivo semelhante, com capacidade máxima de 360 kilotons.

Assim, a futura bomba seria 24 vezes mais potente que o explosivo que atingiu Hiroshima no final da Segunda Guerra Mundial.

A nova arma também reduzirá o número de bombas B61-12 que serão produzidas. Este outro explosivo, mais moderno e menos potente que o modelo B61-7, começou a ser fabricado no ano passado. Segundo nota do Departamento de Defesa, o B61-13 irá aproveitar a estrutura de produção desenvolvida para o B61-12, compartilhando com esse explosivo de características semelhantes de "segurança, proteção e precisão".

"O anúncio de hoje reflete um ambiente de segurança em mudança e ameaças crescentes de adversários em potencial. Os Estados Unidos têm a responsabilidade de continuar a avaliar e colocar em campo as capacidades que precisamos para dissuadir e, se necessário, responder a ataques estratégicos e dar segurança aos nossos aliados", disse o secretário adjunto de Defesa para Política Espacial, John Plumb.

O modelo B61-13 é uma bomba de gravidade, ou seja, é projetada para ser solta de uma aeronave sobre o seu alvo. A nota divulgada pelo Departamento de Defesa também confirmou os planos de aposentar a bomba B83-1, uma das mais poderosas do arsenal americano.

"Esta iniciativa segue vários meses de revisão e reflexão. O desenvolvimento do B61-13 não é uma resposta a nenhum evento atual específico; reflete uma avaliação contínua de um ambiente de segurança em mudança", afirma o Departamento de Defesa.

No início de outubro, um relatório elaborado por uma comissão bipartidária do Congresso dos EUA indicou a necessidade do país se preparar para ataques simultâneos de adversários como Rússia e China. Entre as recomendações do painel, formado por seis Democratas e seis Republicanos, estava a de seguir com planos de modernização do arsenal nuclear, iniciado em 2010 e que deve custar cerca de US$ 400 bilhões até 2046.

Acompanhe tudo sobre:Governo BidenJoe BidenEstados Unidos (EUA)ArmasArmas nucleares

Mais de Mundo

Sobe para 25 o número de mortos em explosões de walkie-talkies do Hezbollah

Exército do Líbano detona dispositivos de comunicação 'suspeitos' após onda de explosões

Parlamento Europeu reconhece Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela

Colômbia suspende diálogo com ELN após ataque a base militar