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Governo do Sudão do Sul e rebeldes assinam tratado de paz

O governo e os rebeldes assinaram tratado de paz pelo qual terão 45 dias para formar um governo de unidade


	Militares no Sudão do Sul: compromisso é articulado para pôr fim à guerra civil de 9 meses
 (George Philipas/Reuters)

Militares no Sudão do Sul: compromisso é articulado para pôr fim à guerra civil de 9 meses (George Philipas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2014 às 12h43.

Adis-Abeba - O governo do Sudão do Sul e os rebeldes que agem no país assinaram nesta segunda-feira em Adis-Abeba, capital da Etiópia, um tratado de paz pelo qual terão 45 dias para formar um governo de unidade.

O compromisso, articulado para pôr fim à guerra civil de nove meses, a qual deixou o país em uma crise de fome e mais de um milhão de deslocados, além de milhares de mortos, também inclui dispositivos concretos para a aplicação do acordo de cessação de hostilidades assinado em junho.

Esta nova tentativa de pôr fim à guerra se produz em meio à realização da 27ª conferência extraordinária do organismo que agrupa os países da África Oriental, a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad), que articula as conversas de paz realizadas há meses na Etiópia.

O acordo prevê o desdobramento de missões de verificação da Igad no terreno, assim como um protocolo para formar um governo de unidade que represente o atual Executivo e os sublevados, explicou aos jornalistas Getachew Reda, conselheiro do primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, e presidente da Igad.

Reda precisou que o documento não foi elaborado unicamente pelas partes em confronto, mas também por outros movimentos opositores, ex-prisioneiros políticos e grupos religiosos, que poderão apresentar orientações sobre a estrutura e a composição do governo de unidade.

Neste aspecto, tanto Reda como Desalegn advertiram que os indivíduos e entidades responsáveis por um suposto fracasso do processo estipulado terão que enfrentar fortes sanções.

Apesar dos esforços da Igad, os avanços das negociações de paz foram paralizados em diversas ocasiões e, por enquanto, não conseguiram pôr fim os confrontos armados no país.

O conflito político iniciado o dezembro passado no Sudão do Sul entre o presidente do país, Salva Kiir, de etnia dinka, e o ex-vice-presidente Riek Machar, dos nueres e deposto um ano antes, abriu um grande conflito étnico entre comunidades.

Kiir acusa Machar, que luta à frente do denominado Exército de Libertação Popular do Sudão (SPLM, na oposição), de ter liderado uma tentativa golpista para tomar o poder.

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