Adis-Abeba - O governo do Sudão do Sul e os rebeldes que agem no país assinaram nesta segunda-feira em Adis-Abeba, capital da Etiópia, um tratado de paz pelo qual terão 45 dias para formar um governo de unidade.
O compromisso, articulado para pôr fim à guerra civil de nove meses, a qual deixou o país em uma crise de fome e mais de um milhão de deslocados, além de milhares de mortos, também inclui dispositivos concretos para a aplicação do acordo de cessação de hostilidades assinado em junho.
Esta nova tentativa de pôr fim à guerra se produz em meio à realização da 27ª conferência extraordinária do organismo que agrupa os países da África Oriental, a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad), que articula as conversas de paz realizadas há meses na Etiópia.
O acordo prevê o desdobramento de missões de verificação da Igad no terreno, assim como um protocolo para formar um governo de unidade que represente o atual Executivo e os sublevados, explicou aos jornalistas Getachew Reda, conselheiro do primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, e presidente da Igad.
Reda precisou que o documento não foi elaborado unicamente pelas partes em confronto, mas também por outros movimentos opositores, ex-prisioneiros políticos e grupos religiosos, que poderão apresentar orientações sobre a estrutura e a composição do governo de unidade.
Neste aspecto, tanto Reda como Desalegn advertiram que os indivíduos e entidades responsáveis por um suposto fracasso do processo estipulado terão que enfrentar fortes sanções.
Apesar dos esforços da Igad, os avanços das negociações de paz foram paralizados em diversas ocasiões e, por enquanto, não conseguiram pôr fim os confrontos armados no país.
O conflito político iniciado o dezembro passado no Sudão do Sul entre o presidente do país, Salva Kiir, de etnia dinka, e o ex-vice-presidente Riek Machar, dos nueres e deposto um ano antes, abriu um grande conflito étnico entre comunidades.
Kiir acusa Machar, que luta à frente do denominado Exército de Libertação Popular do Sudão (SPLM, na oposição), de ter liderado uma tentativa golpista para tomar o poder.
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1. Bomba relógio política
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1/5 (Milos Bicanski/Getty Images)
São Paulo – Não existe calmaria generalizada e a situação política e econômica de alguns países merecem destaque. Tina Fordham, analista política do Citi, ao lado de sua equipe, preparou um relatório apontando uma série de riscos políticos presentes em diversas partes do mundo. Clique nas fotos ao lado e conheça cinco deles.
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2. Oposição a Putin segue forte na Rússia
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2/5 (©AFP / Natalia Kolesnikova)
No relatório, Tina Fordham e sua equipe afirmam que a onda de protestos na Rússia tem as demonstrações mais fortes desde a perestroika. Eles apontam que observadores internacionais esperavam que os protestos diminuíssem no país após o então primeiro-ministro Vladimir Putin vencer as eleições e voltar a ser presidente do país. Aconteceu justamente o contrário e os protestos continuam. “Os preços brandos do petróleo e os planos para restringir o livre discurso sinalizam a possibilidade de um período de tensões pela frente, ao passo de que a classe média russa continuará desafiando ao governo”, afirmam a analista política do Citi. Na visão do Citi, o cenário atual limita reformas e modernizações na Rússia e dificulta que o governo volte a ter altos níveis de aprovação. “Acreditamos que a alta demanda por mudanças políticas é muito provável pelos próximos três anos”. A foto ao lado mostra a banda punk Pussy Riot, um dos símbolos atuais da oposição popular ao governo russo.
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3. A Grécia continua uma questão frágil
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3/5 (Milos Bicanski/Getty Images)
Na Grécia, com a mudança no padrão de vida que a austeridade causa - e, consequentemente, deixa a população descontente – o Citi alerta que aumentam as evidências de mais problemas sociais, como fome, pessoas sem casa e o aumento do risco de uma divisão violenta na Grécia. A situação aumenta a chances de que o país se torne algo que o Fórum Econômico Mundial chama de “critical fragile states”, que são países que não providenciam condições básicas para a população. Há também na Grécia o risco econômico. Recentemente, num outro relatório, o
Citi alertou que o país tem 90% de chances de deixar a zona do euro nos próximos 12 a 18 meses.
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4. O “homem-chave” da Venezuela
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4/5 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
As pesquisas mais recentes indicam que Hugo Chávez, atual presidente da Venezuela, deve se reeleger nas eleições que acontecem no país neste ano. A saúde do atual líder, porém, está fragilizada. Por mais que Chávez insista em dizer que está bem, não é possível confirmar seu real estado. Apesar da saúde frágil do atual líder, a Venezuela não apresenta um sucessor “na manga” para Chávez. O Citi reforça que há especulações sobre o que pode ocorrer caso Chávez faleça antes ou depois das eleições. Se isso acontecer, independente do momento, essa possibilidade deve mudar a maneira como o país monopoliza o setor de petróleo.
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5. Tensões entre Irã e Israel continuam
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5/5 (Jack Guez/AFP)
As especulações de que Israel poderia atacar o Irã por conta do programa nuclear do país crescem e a analista política do Citi também acredita nessa possibilidade. Na visão do Citi, as chances de uma ação militar acontecer contra o Irã e as locações de seu programa militar após as eleições nos Estados Unidos são maiores que 25%. Se nada acontecer logo após o pleito, a possibilidade aumenta na primeira metade de 2013.