Mundo

Governo do Reino Unido diz ter tentado evitar incêndio em Londres

Governo teve que se defender de acusações por não ter evitado o grande incêndio em Londres na semana passada

Incêndio consome prédio residencial de Londres em 14/06/2017 (Toby Melville/Reuters)

Incêndio consome prédio residencial de Londres em 14/06/2017 (Toby Melville/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de junho de 2017 às 18h02.

Londres - O governo britânico procurou se defender das acusações de que não havia feito o suficiente para evitar o incêndio mortal que atingiu um prédio de Londres na semana passada, dizendo que o revestimento que parece ter contribuído para a propagação do fogo já está proibido em edifícios no Reino Unido.

Pelo menos 58 pessoas morreram no incêndio que vitimou uma torre residencial de baixa renda de Londres, disse a polícia durante o fim de semana, avisando que o número pode mudar à medida que a operação de busca continua.

Residentes, que se queixaram há anos de que o prédio não era seguro contra o fogo, disseram que o revestimento recém-instalado pode ter contribuído para a rápida propagação do fogo.

Perguntado se o governo implementaria a proibição do tipo de revestimento usado na Grenfell Tower, um prédio de 24 andares, o chefe do Tesouro, Philip Hammond, disse hoje: "A minha compreensão é que o revestimento em questão é banido na Europa e nos EUA, e também é banido aqui".

"Então, há duas perguntas separadas. Uma delas é: os nossos regulamentos estão corretos, eles permitem o tipo certo de materiais, banem o tipo de material errado?", disse Hammond em entrevista. "A segunda pergunta é: as regras estavam sendo cumpridas? "

Estas questões serão o foco da ordem de inquérito público dada pela primeira-ministra Theresa May, bem como uma investigação criminal pela polícia, disse ele.

O material era um sanduíche de painéis metálicos e um plástico comum conhecido como polietileno, de acordo com a empresa que realizou a instalação como parte da remodelação do prédio no ano passado.

Este tipo de material não seria compatível com as diretrizes atuais sobre regulamentos de construção e não deveria ser instalado em edifícios com mais de 18 metros de altura, disse o departamento de comunidades e governo local. Ele disse que não poderia comentar especificamente sobre o tipo de revestimento usado na Grenfell Tower.

As regras de segurança contra incêndios entraram em vigor em 2007 e foram modificadas pela última vez em 2013.

O revestimento não teria cumprido com os padrões dos Estados Unidos amplamente adotados, disseram grupos de construção, embora o material tenha sido usado em vários edifícios altos em todo o mundo.

Robert Pontin, um porta-voz da Harley Facades Ltd., a empresa que instalou o revestimento, disse anteriormente que a empresa desconhecia uma ligação entre o fogo e o material.

O governo conservador também foi criticado por não ter concluído uma revisão dos padrões de segurança após um incêndio de 2009 em um arranha-céus no sul de Londres, que matou seis pessoas. Hammond negou uma acusação de que o governo "se sentou" na revisão, que ainda não foi publicada.

"São questões técnicas, muito complexas, e neste caso técnicas e pesquisas especializadas foram encomendadas para que as decisões possam ser devidamente informadas".

Os manifestantes na sexta-feira invadiram uma reunião de autoridades locais responsáveis pela torre Grenfell. O prédio é de propriedade do município de Kensington e Chelsea, uma subdivisão de Londres.

A primeira-ministra May ordenou um inquérito público sobre o incêndio e disse que havia estabelecido um fundo de 5 milhões de libras esterlinas (US$ 6,3 milhões) para pagar provisões de emergência, comida, roupas e outros custos, como funerais.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:IncêndiosLondresReino Unido

Mais de Mundo

Israel e Hezbollah estão a poucos dias de distância de um cessar-fogo, diz embaixador israelense

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, é eleito presidente do Uruguai

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai