Hamad al-Khalifa, rei do Bahrein, autorizou as "medidas necessárias" para conter protestos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2011 às 10h52.
Manama - O Governo do Bahrein decretou nesta terça-feira estado de emergência no país para tentar aplacar os protestos políticos que vêm ocorrendo há um mês, informou a agência de notícias oficial bareinita, "BNA".
A medida, que se estenderá por três meses, se soma à chegada de tropas enviadas na segunda-feira pela Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos para apoiar as forças de segurança do Bahrein na manutenção da ordem do país.
A decisão foi adotada pelo rei do Bahrein, Hamad bin Isa al-Khalifa, para enfrentar os distúrbios que, segundo ele, "puseram em perigo os bens e a vida dos cidadãos" desse país de 1 milhão de habitantes.
O monarca, segundo a agência "BNA", ordenou ao comando das Forças de Defesa que adotem "as medidas necessárias para aplicar" o decreto de estado de emergência em todo o país.
Os militares bareinitas poderão recorrer às forças de segurança, à Guarda Nacional e a "outras forças, se necessário", para fazer respeitar o estado de emergência.
O decreto lamenta que os distúrbios registrados no Bahrein tenham afetado a vida e os bens da população e indica que os hospitais se transformaram "em focos de terror e intimidação".
O anúncio foi feito enquanto continuavam os choques entre manifestantes de oposição e forças policiais, que vêm ocorrendo desde 14 de fevereiro, inspirados nos movimentos populares da Tunísia e do Egito.
Nesta terça-feira, dezenas de pessoas ficaram feridas nos enfrentamentos, disseram à Agência Efe fontes médicas.
Um soldado bareinita morreu nesta terça-feira ao ser atropelado por um veículo, mas este incidente não parece estar relacionado às manifestações.
A oposição de Bahrein, um país de maioria xiita governado por uma minoria sunita, exige a instauração de uma monarquia parlamentar, com uma nova Constituição que permita ao povo escolher um Governo e um Parlamento independente.