EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Rio de Janeiro - O governo vai tentar nesta quinta-feira salvar a realização do leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), projeto envolto em polêmicas, mas considerado fundamental para garantir o crescimento econômico do país.
Depois da desistência na véspera de duas empreiteiras que estavam praticamente certas na disputa, Camargo Corrêa e Odebrecht, por considerarem o preço-teto de 83 reais o megawatt-hora para o leilão insuficiente, o governo estaria tentando costurar um segundo consórcio para concorrer com o único grupo que aderiu ao leilão até o momento, liderado pela Andrade Gutierrez.
Segundo o jornal Valor Econômico desta quinta-feira, o novo grupo seria formado pela OAS, Grupo Bertin, Queiroz Galvão, Mendes Júnior e Serveng. No outro consórcio, além da Andrade Gutierrez, estariam Vale, Votorantim e Neoenergia.
Um outro consórcio, que teria como líder a Suez Energy do Brasil, vencedora do leilão de Jirau, poderia incentivar a disputa, mas a empresa não comenta o assunto.
O presidente da Eletrobras, José Antonio Muniz, viajou para Brasília nesta quinta-feira para "resolver com calma" o destino do leilão de Belo Monte, segundo uma fonte próxima ao executivo.
A Eletrobras deveria divulgar esta manhã as empresas que registraram interesse até a data limite de quarta-feira para ser sócia da estatal no empreendimento, mas o anúncio foi transferido para a parte da tarde. A Eletrobras quer ter até 49 por cento do projeto.
A usina de Belo Monte será a terceira maior do mundo com capacidade para gerar 11 mil megawatts, projeto que estava na gaveta do governo há décadas por enfrentar obstáculos sócio-ambientais. O leilão está marcado para o próximo dia 20.
Apesar de ter obtido a licença prévia do Ibama após pressão do governo, que resultou inclusive em demissões dentro do Ibama, o documento é frequentemente questionado e o Ministério Público do Pará ameaçou entrar nesta quinta-feira na Justiça contra a licença concedida.
Em Brasília, uma fonte ligada ao governo disse que "cerca de 10 empresas" se registraram na Eletrobras até quarta-feira para ter a estatal com sócia após a vitória no leilão, mas que isso seria analisado ao longo do dia pelo ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann.