"Laurent Gbagbo e sua esposa, Simone, se renderam às Forças Republicanas" anunciou o governo (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2011 às 13h36.
Abidjan - O governo de Alassane Ouattara, presidente eleito da Costa do Marfim, confirmou nesta segunda-feira a detenção do ex-governante Laurent Gbagbo em discurso transmitido pela rede de televisão estatal "TCI" que mostrava ao mesmo tempo imagens do ex-líder após a detenção.
O primeiro-ministro e titular da pasta de Defesa do governo de Ouattara, Guillaume Soro, afirmou que "hoje, as forças especiais lançaram o ataque final contra os mercenários e outras milícias (de Gbagbo) que se encontravam na Residência Presidencial", onde se refugiava o presidente em fim de mandato há alguns dias.
"Após duros combates, quando se viram cercados e vencidos, Laurent Gbagbo e sua esposa, Simone, se renderam às Forças Republicanas (leais a Ouattara) e agora estão sob detenção", disse Soro.
Durante o discurso do primeiro-ministro, a TCI emitia por sua vez imagens de Gbgabo, que aparecia detido em um quarto do Golf Hotel de Abidjan, onde Ouattara estabeleceu sua sede governamental depois de o presidente de fato ter se negado a lhe entregar o poder após as eleições de novembro do ano passado.
Nas imagens da televisão marfinense, nas quais também se via Simone, sua esposa, Gbagbo mostrava-se notavelmente nervoso, e falava continuamente com as forças de Ouattara encarregadas de vigiá-lo.
Em seu discurso na televisão, Soro clamou aos seguidores de Gbagbo para se unirem às Forças Republicanas, e assegurou que "não haverá caça" dos partidários do presidente de fato.
Além disso, Soro pediu aos cidadãos para se mantierem calmos e a a permanecerem em suas casas nesta noite, já que o efetivo de Ouattara realizará uma operação para garantir a segurança na cidade de Abidjan.
"Cidadãos da Costa do Marfim, secai vossas lágrimas. O pesadelo acabou", sentenciou o primeiro-ministro.
A atual crise marfinense começou depois do segundo turno das eleições presidenciais, em 28 de novembro de 2010, quando Gbagbo, presidente desde 2000, negou-se a admitir sua derrota para Ouattara e a ceder o poder apesar da forte pressão internacional.