Policial patrulha a fronteira no Texas: "Estamos aqui para denunciar o ataque a nossa comunidade com as deportações maciças: são 2 milhões de pessoas que foram deportadas", declarou CHIRLA (REUTERS / Eric Thayer)
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2014 às 20h15.
Los Angeles - Coalizões de defesa dos imigrantes nos Estados Unidos calculam que nesta segunda-feira se chegou ao número de dois milhões de deportações durante o mandato de Barack Obama, a quem pediram que detenha estas expulsões.
"Estamos aqui para denunciar o ataque a nossa comunidade com as deportações maciças: são duas milhões de pessoas que foram deportadas", declarou Angélica Salas, diretora-executiva da Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA).
Salas explicou que hoje se completa esse número, segundo os números que CHIRLA recopilou com a Imigração e autoridades fronteiriças.
Segundo o Escritório de Imigração e Alfândegas (ICE), dependente do Departamento de Segurança Nacional, no ano fiscal 2013, que concluiu no último dia 31 de outubro, o país deportou 368.644 imigrantes ilegais.
Dito número é inferior em 30.941 à média dos três anos fiscais anteriores, nos quais os números de deportados foram de 409.849 pessoas em 2012, 396.906 em 2011 e 392.000 em 2010.
Neste ano fiscal, segundo a CHIRLA, foram deportados cerca de 170.000 imigrantes.
"Estamos pedindo a nosso governo que proteja nossas famílias, que não as ataque desta maneira tão cruel", acrescentou Salas, ao explicar que na sexta-feira, em reunião com o presidente, fez esta reivindicação diretamente a Obama.
Segundo contou a ativista, o presidente "se comprometeu a trabalhar conosco, da mesma forma que o secretário de Segurança Nacional, Jeh Johnson, para dar uma solução para esta situação".
"Mas para nós tem que ser algo que tenha prioridade e o que queremos são resultados porque tivemos muitas promessas", lembrou.
Olga Cordero explicou que está há mais de 26 anos vivendo nos Estados Unidos, onde lutou por um "melhor futuro" para seus quatro filhos, todos eles cidadãos americanos. "Eu não tenho voz, mas eles têm voto por mim", declarou.
Por carecer de status migratório legal, sobre sua família pesa todos os dias a ameaça de uma possível deportação, explicou.
Por isso, Olga pediu a Obama "que ponha a mão no coração" e detenha as deportações.
Para a ativista da CHIRLA Isabel Medina não é justo que os políticos "esperem até as eleições para regular este sistema de imigração que não funciona".
"Eu votei no presidente Obama. Eu tinha fé e acreditava nele, mas isso agora mudou", explicou a imigrante.
Yolanda Muñiz contou que votou duas vezes em Obama, por acreditar "em suas palavras de ajuda à comunidade imigrante", mas manifestou que agora se sente enganada e que está "disposta a votar em quem apresentar soluções".
Para Salas, o apoio ao Partido Democrata que grupos defensores dos imigrantes demonstraram até agora pode mudar e "essa é a razão pela qual na Califórnia muitas pessoas estão se registrando como independentes".