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Governo de Moçambique assina acordo de paz com oposição

Partidos selam um pacto de paz para encerrar as hostilidades antes da eleição presidencial marcada para 15 de outubro

Armando Emílio Guebuza: assinatura do documento declarou o fim a quase dois anos de confrontos esporádicos (Larry Downing/Reuters)

Armando Emílio Guebuza: assinatura do documento declarou o fim a quase dois anos de confrontos esporádicos (Larry Downing/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2014 às 09h51.

Maputo - O partido do governo de Moçambique, a Frelimo, e o principal partido de oposição, a Renamo, assinaram um acordo formal para encerrar as hostilidades, selando um pacto de paz antes da eleição presidencial marcada para 15 de outubro, disseram negociadores de ambos os lados.

A assinatura do documento aconteceu na noite de domingo e declarou o fim a quase dois anos de confrontos esporádicos entre partidários armados do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e as forças de segurança do presidente Armando Guebuza.

Elementos do acordo de paz já haviam sido anunciados nas últimas semanas entre os ex-inimigos de guerra, incluindo uma lei de anistia aprovada há duas semanas que permitirá que Dhlakama deixe a ilegalidade e concorra à Presidência nas próximas eleições.

Os conflitos entre guerrilheiros da Renamo com o Exército e a polícia desde 2012 levantaram temores sobre uma possível volta ao caos da guerra civil, que durou de 1975 a 1992.

O país do sul da África está desenvolvendo grandes projetos de carvão e gás natural com investidores estrangeiros. A Renamo, partido de Dhlakama, perdeu todas as eleições para a Frelimo desde o fim da guerra, e ele acusava Guebuza e a Frelimo de monopolizarem injustamente os poderes políticos e econômicos no país.

“A declaração de cessação de hostilidades militares que assinamos é feita com o espírito de boa fé e representa a vontade de todo o povo de Moçambique de estabelecer a paz e a harmonia no nosso país”, disse o negociador da Renamo Saimone Macuiane, que assinou o documento com o representante do governo, o ministro da Agricultura, José Pacheco.

O acordo, que deve ser ratificado por Dhlakama e Guebuza em uma cerimônia pública nos próximos dias, prevê a imobilização dos combatentes da Renamo e sua integração ao Exército e à polícia, um processo que será supervisionado por observadores militares estrangeiros.

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