Capriles: com a interrupção de seu pronunciamento, o líder opositor declarou: "Há cadeia obrigatória agora? É o medo de que eu fale". (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2013 às 23h22.
Caracas- O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, voltou a interromper nesta quinta-feira a transmissão de uma entrevista coletiva do líder da oposição, Henrique Capriles, com uma cadeia obrigatória de rádio e televisão, quando este explicava as razões pelas quais impugnou as eleições do dia 14 de abril.
A cadeia entrou no ar quando Capriles estava falando há 15 minutos em entrevista coletiva, que era transmitida nesse momento por vários meios de comunicação, para mostrar Maduro criticando o estado de segurança de Miranda, estado governado pelo líder opositor.
Capriles tinha começado seu discurso para explicar os motivos pelos quais impugnou hoje as eleições do último dia 14 de abril que considera que Maduro "roubou" e que não reconhece.
"Como temem o fato de que falemos", disse o governador de Miranda ao ser informado que a transmissão tinha sido interrompida.
Não é a primeira vez que o governo ordena a conexão obrigatória de todos os meios do espaço radioelétrico durante uma entrevista coletiva de Capriles.
No último dia 24 de abril divulgou uma mensagem da presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, anunciando os resultados do pleito vencido por Maduro e que hoje Capriles impugnou.
Na ocasião, o líder opositor declarou: "Há cadeia obrigatória agora? É o medo de que eu fale".
Por sua parte, Maduro assegurou nos últimos dias que vai usar as cadeias para divulgar suas atividades de governo porque os meios de comunicação lhe "censuram".
O canal estatal "VTV" transmitiu hoje de maneira quase íntegra a jornada de trabalho que Maduro cumpriu desde a manhã durante várias horas como parte do que denominou "governo de rua", que hoje desenvolveu em Miranda, estado que inclui uma vasta zona de Caracas.