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Governo de Alan García destinou US$ 1,9 bi para obra da Odebrecht

A quantia é o equivalente a 45% do custo total do projeto, para diferentes custos de construção, manutenção e juros da obra

Odebrecht: entre 2008 e 2010, o governo de García autorizou dois empréstimos do CAF no valor de US$ 234 milhões, que incorporou ao orçamento da interoceânica (Mariana Bazo/Reuters)

Odebrecht: entre 2008 e 2010, o governo de García autorizou dois empréstimos do CAF no valor de US$ 234 milhões, que incorporou ao orçamento da interoceânica (Mariana Bazo/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de fevereiro de 2017 às 13h36.

Lima - O segundo governo de Alan García no Peru (2006-2011) entregou US$ 1,9 bilhão adicionais ao orçamento original, em empréstimos e desembolsos, à Odebrecht para a construção da estrada interoceânica, segundo informou neste domingo o jornal "El Comercio".

Uma investigação do jornal revelou que o governo de García destinou mais de US$ 1,9 bilhão, equivalente a 45% do custo total do projeto, para diferentes custos de construção, manutenção e juros da obra nos trechos norte e nos setores 2, 3 e 4 da interoceânica sul.

O ex-presidente, que neste sábado retornou à Espanha após responder a uma convocação da procuradoria peruana por outro caso vinculado à Odebrecht, assinou uma série de decretos de urgência desde 2008 e cerca de 15 adendos nos contratos que significaram ampliações de prazos de execução.

Entre 2008 e 2010, o governo de García autorizou dois empréstimos do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) no valor de US$ 234 milhões, que incorporou ao orçamento da interoceânica, além de outros US$ 200 milhões.

Os diretores da Odebrecht visitaram García em 16 oportunidades no palácio de governo e o ex-mandatário também foi convidado à capital paulista pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com todas as despesas pagas em 2008, segundo detalhou "El Comercio".

A Odebrecht declarou à Justiça dos Estados Unidos que pagou subornos no valor de US$ 29 milhões no Peru entre 2005 e 2014, um período que compreende os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

Consultado pelo jornal, García respondeu que quem maneja com exatidão os dados sobre a interoceânica é o então ministro dos Transportes e Comunicações, Enrique Cornejo, que está afastado da cúpula do Partido Aprista desde que revelou suas intenções de querer dirigir a legenda.

García atribuiu a Cornejo a designação de seu então vice-ministro de Comunicações, Jorge Cuba, detido em Lima por supostamente ter recebido uma propina de US$ 2 milhões da Odebrecht para a construção da linha 1 do metrô da capital peruana.

Por sua vez, o ex-presidente Toledo tem uma ordem de captura internacional, uma vez que mora nos Estados Unidos, por supostamente ter recebido US$ 20 milhões para conceder à Odebrecht a construção dos trechos 2 e 3 da interoceânica.

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