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Governo da Venezuela manda tirar CNN em espanhol do ar

Em fevereiro, a CNN em espanhol transmitiu uma reportagem em que denunciou um caso de vendas na embaixada venezuelana em Bagdá de passaportes e vistos

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela: "Eu quero a CNN bem longe daqui. Eu quero a CNN fora da Venezuela, fora!", expressou o governante socialista, (Marco Bello/Reuters)

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela: "Eu quero a CNN bem longe daqui. Eu quero a CNN fora da Venezuela, fora!", expressou o governante socialista, (Marco Bello/Reuters)

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AFP

Publicado em 15 de fevereiro de 2017 às 22h34.

Autoridades da Venezuela ordenaram nesta quarta-feira a saída do ar da emissora de notícias CNN em espanhol, a principal da América Latina, acusada de fazer "propaganda de guerra" contra o governo.

A Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel, governamental) decidiu "como medida preventiva a suspensão e a saída imediata das transmissões do Canal de Notícias CNN em espanhol no território nacional", segundo um comunicado difundido pelo Ministério da Informação venezuelano.

Mais cedo, a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, havia solicitado, em coletiva de imprensa, medidas contra a emissora, sem especificar quais atitudes esperava de parte do governo.

"A emissora de televisão CNN em espanhol iniciou uma operação de guerra psicológica, uma operação de propaganda de guerra, montada absolutamente em falsidades", disse a chanceler.

"Solicitamos às autoridades venezuelanas competentes que tomem atitude a respeito. Esperamos ver a solução", anunciou Rodríguez.

No domingo, durante seu programa semanal, o presidente Nicolás Maduro atacou a emissora.

"Eu quero a CNN bem longe daqui. Eu quero a CNN fora da Venezuela, fora!", expressou o governante socialista, que tampouco falou em medidas concretas.

Em 6 de fevereiro, a CNN em espanhol transmitiu uma reportagem em que denunciou um caso de vendas na embaixada venezuelana em Bagdá de passaportes e vistos a pessoas de origem árabe que poderiam estar relacionadas com o terrorismo.

A notícia falava do vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami, como um dos responsáveis.

O Departamento do Tesouro americano sancionou na segunda-feira El Aissami por suposta relação com o tráfico de drogas, o que Caracas considerou como uma "agressão" para desestabilizar o governo de Maduro.

Segundo a chanceler, essa medida responde a uma "operação de propaganda de guerra" que busca "uma intervenção internacional" na Venezuela.

Rodríguez desqualificou o testemunho à CNN de Misael López, funcionário da embaixada venezuelana no Iraque entre 2013 e 2015, a quem chamou de "delinquente".

A chanceler acusou López de ter tentado "roubar" a identidade do embaixador venezuelano no Iraque, Jonathan Velasco, para retirar fundos da missão diplomática em um banco de Bagdá, e sustentou que foi denunciado por assédio sexual por uma funcionária da delegação.

Rodríguez pediu à CNN que divulgue sua resposta à reportagem. "Aqui estão as provas, são obrigados a mostrá-las, não podem escapar", desafiou.

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