De acordo com o governo venezuelano, os autores materiais do atentado "receberam treinamentos sobre o uso de drones e explosivos" (Miraflores Palace/Handout/Reuters)
EFE
Publicado em 8 de agosto de 2018 às 07h41.
Caracas - O governo da Venezuela divulgou na terça-feira vários vídeos apresentados como provas do atentado sofrido no último sábado pelo presidente Nicolás Maduro, e que aos autores foram oferecidos o pagamento de US$ 50 milhões.
"Ofereceram US$ 50 milhões e estadia nos Estados Unidos (aos autores do ataque)", diz o narrador dos vídeos divulgados em uma rede obrigatória de rádio e televisão durante uma declaração feita por Maduro.
De acordo com o governo venezuelano, os autores materiais do atentado "receberam treinamentos sobre o uso de drones e explosivos em uma fazenda chamada Atalanta , no município de Chinácota, departamento de Norte de Santander (Colômbia), "entre abril e junho deste ano".
Maduro disse que os "terroristas" que se chamavam de "grupo número 2, grupo bravo" em suas comunicações internas, e receberam ordens para voar dois drones com cargas explosivas para atentar contra sua vida e dos chefes políticos e militares que o acompanharam no último sábado no palco, durante um ato público.
Ele também explicou que os drones continham estilhaços e buscavam provocar "a morte de todas as autoridades presentes no palco presidencial" durante o ato de aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, Polícia militarizada).
O governo apontou como "possíveis autores intelectuais" Rayder Alexander Russo Márquez, "conhecido como Pico, protegido na Colômbia", e Osman Alexis Delgado, ambos envolvidos no ataque a um forte venezuelano ocorrido em agosto do ano passado.
A Promotoria venezuelana notificou esta semana que tinha identificado "todos os autores" do incidente e o governo revelou as identidades de cinco dos listados.
Entre eles estão o sargento reformado da GNB, Juan Carlos Monasterio, Yanina Pernía, Alberto Bracho, Argenis Valero Ruiz e Brayan Oropeza. Os dois últimos atuaram como pilotos dos drones.
O líder venezuelano mostrou fotografias de dois sujeitos identificados como Yilber Alberto Escalona e Gregorio José Yaguas, afirmando se tratar de dois "especialistas em explosivos" e pediu aos cidadãos que forneçam qualquer informação sobre o paradeiro deles.
Maduro também apontou o coronel reformado Oswaldo Valentín García como o "chefe dos assassinos" que planejaram matá-lo no último sábado.
"Ele está tentando captar militares para envolver-los nas suas aventuras criminais. Ele trabalha diretamente com o governo de Juan Manuel Santos (ex-presidente colombiano)", ressaltou.
Em seu discurso, o presidente também mencionou um oficial de imigração de nome Mauricio Jiménez Pinzón, encarregado, segundo ele, de garantir aos envolvidos o livre trânsito entre a Venezuela e Colômbia.
Maduro disse que alguns dos envolvidos foram presos em flagrante, e que outros alugaram um imóvel durante sete meses em Caracas para realizar este plano e que todos também tiveram ligação com os fatos violentos ocorridos nos protestos contra o governo em 2014 e 2017.