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Governo da Venezuela distribui remédios e alimentos na fronteira

A medida foi adotada enquanto a oposição, liderada por Guaidó, intensifica a campanha sobre a entrada da ajuda humanitária no país

Venezuela: o FMI prevê uma hiperinflação de 10.000.000% para 2019 (Carlos Barria/Reuters)

Venezuela: o FMI prevê uma hiperinflação de 10.000.000% para 2019 (Carlos Barria/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 10h15.

O governo da Venezuela distribuiu remédios e alimentos nesta segunda-feira na fronteira com a Colômbia, no momento em que Juan Guaidó, líder opositor reconhecido como presidente interino por vários países, intensifica a campanha para permitir a entrada de ajuda humanitária americana.

Medicamentos como analgésicos, antibióticos e anti-inflamatórios, muitos em escassez no país, foram distribuídos gratuitamente a dezenas de pacientes.

Ao fundo era possível observar o bloqueio dos militares venezuelanos na ponte de Tienditas, que liga as cidades de Cúcuta (Colômbia) e Ureña (Venezuela).

A região tem uma forte presença das Forças Armadas.

Libio Rodríguez, 66 anos, elogiou a ajuda e expressou apoio ao governo de Nicolás Maduro. Ele repetiu o discurso do governo e disse que os alimentos e remédios enviados pelos Estados Unidos a Cúcuta a pedido de Guaidó são um pretexto para uma intervenção militar.

Muitas pessoas aguardavam por remédios. Outras esperavam por alimentos que o governo distribui a preços subsidiados em zonas populares, sob o programa batizado Comitês Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), que a oposição denuncia como um "mecanismo de controle social".

Maduro se nega a aceitar a ajuda internacional e afirma que não existe crise humanitária no país, apesar das consequências do colapso econômico, com hiperinflação projetada para 10.000.000% pelo FMI para este ano e a falta produtos básicos.

O presidente alega que a crise é provocada pelas sanções impostas pelos Estados Unidos a Venezuela e à estatal petroleira PDVSA.

Uma coordenadora dos CLAP em Tienditas, onde moram 1.500 famílias, afirmou que "mais que ajuda humanitária é necessário o desbloqueio econômico".

A ponte de Tienditas ainda não foi inaugurada. O local seria liberado em 2016, mas o fechamento temporário da fronteira comum de 2.200 quilômetros - ordenado por Maduro no fim de 2015 e suspenso meses depois - atrasou a abertura.

De acordo com a imprensa, a ponte seria uma das vias de entrada da ajuda humanitária.

Guaidó, que em 23 de janeiro se autoproclamou presidente encarregado, depois que o Parlamento declarou Maduro "usurpador" - denunciando uma reeleição com votação fraudulenta -, pede às Forças Armadas que permita a passagem da ajuda humanitária.

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