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Governo da Etiópia diz que 83 pessoas ficaram feridas em explosão

Explosão ocorreu pouco depois do primeiro-ministro do país, Abiy Ahmed, terminar seu discurso na famosa praça Meskel

 O novo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, efetuou nesta quinta-feira uma ampla remodelação do governo, com a designação de 16 novos ministros, dos quais dez entram pela primeira vez no gabinete. (Tiksa Negeri/Reuters)

O novo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, efetuou nesta quinta-feira uma ampla remodelação do governo, com a designação de 16 novos ministros, dos quais dez entram pela primeira vez no gabinete. (Tiksa Negeri/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de junho de 2018 às 09h51.

Adis Abeba - A explosão de uma granada deixou 83 feridos neste sábado em Adis Adeba durante um grande comício de apoio ao novo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, que escapou ileso do ataque, confirmou o governo do país.

Em mensagem divulgada pelas redes sociais, o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Fitsum Arega, divulgou uma atualização dos números e afirmou que, por enquanto, o ataque não deixou vítimas mortais. Inicialmente, o próprio Abiy tinha afirmado que havia mortos após a explosão da granada.

"Até agora, com base nos relatórios da polícia e dos hospitais, 83 pessoas ficaram feridas. Desse total, seis estão em estado grave. Não reportamos nenhuma morte por enquanto", afirmou Fitsum.

A explosão ocorreu pouco depois de Abiy terminar seu discurso na famosa praça Meskel. O primeiro-ministro foi rapidamente retirado do local por seus seguranças, como mostram imagens divulgadas pela Agência de Notícias Etíopes (ENA).

Em uma aparição na televisão estatal pouco tempo depois do ataque, o primeiro-ministro afirmou que várias pessoas "foram mortas e feridas", sem fornecer números, e ressaltou que a ação foi uma tentativa deliberada de prejudicar pessoas inocentes.

A imprensa local chegou a noticiar que pelo menos cinco pessoas morreram como consequência da explosão, mas as informações não foram oficialmente confirmadas por nenhum órgão do governo.

Em imagens divulgadas pela mídia local, pode ver corpos de pelo menos quatro pessoas na calçada, cercadas por pessoas que aparentemente tentavam reanimá-las.

Depois da explosão, o primeiro-ministro prometeu que ataques deste tipo não impedirão que a coalizão governista, a Frente Democrática Revolucionária Etíope (EPRDF), de aplicar o programa reformista com o qual foi eleita.

"Quero garantir a vocês que não voltaremos atrás na Etiópia. O amor sempre ganha. Matar os outros é uma derrota. Aqueles que tentaram nos dividir não tiveram êxito", disse o primeiro-ministro, prometendo que os responsáveis pelo ataque serão levados à Justiça.

Segundo a emissora "OMN", duas mulheres e um homem foram presos pela polícia por relação com a explosão.

A delegação da União Europeia (UE) em Adis Abeba e a embaixada dos EUA no país condenaram o ataque.

Abiy Ahmed, que chegou ao poder em abril, é um jovem político reformista que adotou uma série de medidas que buscam entrar em uma época mais democrática e de maior liberdade na Etiópia, um caminho criticado por setores conservadores da coalizão governista.

O primeiro-ministro assumiu após a inesperada renúncia de seu antecessor, Hailemariam Desaleng, que decretou estado de emergência no país em resposta a uma crescente onda de protestos.

O novo premiê suspendeu o estado de emergência, libertou vários presos políticos, ofereceu dialogar com a oposição e decidiu aplicar o acordo de paz firmado em 2000 com a Eritréia.

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