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Governo colombiano e Farc retomam diálogo

Dois lados iniciaram o décimo ciclo de uma negociação de paz centrada na participação política

Um membro das Forças Revolucionárias da Colômbia atira próximo das montanhas de Caldono, na província de Cuaca (Jaime Saldarriaga/Reuters)

Um membro das Forças Revolucionárias da Colômbia atira próximo das montanhas de Caldono, na província de Cuaca (Jaime Saldarriaga/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2013 às 13h31.

Havana - O governo da Colômbia e a guerrilha das Farc iniciaram nesta terça-feira em Havana (Cuba) o décimo ciclo de uma negociação de paz centrada na participação política, o segundo assunto da agenda com a qual buscam por fim a meio século de conflito armado que já causou a morte e o desalojamento de milhares.

Quase sete meses depois que o governo do presidente Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) iniciaram o diálogo, as partes conseguiram um acordo parcial no tema agrário, questão chave porque está na gênese da fundação do grupo guerrilheiro na década de 1960.

"Estamos hoje (terça-feira) em Havana para iniciar a discussão da participação política e da participação cidadã", disse um comunicado do governo da Colômbia lido pelo vice-presidente Humberto de La Calle, chefe da equipe negociadora.

A ideia é buscar pontos em comum sobre "como abrir caminho para que as Farc se transformem em um movimento político e se insiram na democracia com pleno exercício de seus direitos, mas também de seus deveres", acrescentou.

Pouco antes de ingressar no Centro de Convenções, onde as partes negociam desde novembro passado, o grupo guerrilheiro reiterou sua intenção de alcançar "a paz com justiça social" e manifestou "preocupação" com a velocidade do diálogo.

Os guerrilheiros têm pedido calma, enquanto o governo insiste em avançar com rapidez.

"Preocupa-nos esse irritante estalo do chicote do tempo e dos ritmos nas mãos do governo, que está perturbando o diálogo e a construção do acordo", disse o chefe negociador das Farc, Iván Márquez.

Em sua declaração, a guerrilha esquerdista ainda pediu para "adiar o calendário eleitoral por um ano" a fim de avançar na negociação, mas o governo descartou de forma firme essa possibilidade.

"Temos que nos concentrar na agenda se quisermos que este processo tenha sucesso. Não devemos nos distrair com propostas que pouco contribuem para a clareza, como ocorre com o suposto adiamento do período eleitoral. Isso não vai acontecer", esclareceu La Calle no comunicado As partes não responderam perguntas da imprensa antes do início das negociações, que, além da participação política, incluem os temas da luta contra o narcotráfico, o fim do conflito e a indenização às vítimas.

A atual negociação, que parte do princípio de que "nada está acordado até que tudo o esteja", é a primeira tentativa em uma década para terminar o sangrento conflito.

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