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Governo colombiano defende subsídio a ex-guerrilheiros

O chefe negociador do governo explicou em entrevista coletiva que se procura enfrentar "o risco de metástase da violência nas cidades"


	Farc: por enquanto não existe um cálculo exato do dinheiro que seria preciso para o pagamento deste subsídio
 (Pedro Ugarte/AFP)

Farc: por enquanto não existe um cálculo exato do dinheiro que seria preciso para o pagamento deste subsídio (Pedro Ugarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2016 às 15h38.

Havana - A equipe do governo colombiano nas negociações de paz de Havana defendeu nesta quinta-feira a necessidade de que os guerrilheiros das Farc desmobilizados que se integrem à vida civil recebam um subsídio temporário para prevenir a "metástase da violência nas cidades".

O chefe negociador do governo, Humberto de la Calle, explicou em entrevista coletiva, um dia depois da apresentação do acordo final de paz, que se procura enfrentar "o risco de metástase da violência nas cidades", por isso que a medida constitui "um seguro para os colombianos".

Por enquanto não existe um cálculo exato do dinheiro que seria preciso para o pagamento deste subsídio, já que o custo total da medida dependerá do número total de desmobilizados, mas sim foi divulgado que os ex-guerrilheiros receberão nos primeiros 24 meses até 90% do salário mínimo legal "para se manter".

A pensão finaliza, explicaram, no momento no qual cada beneficiado se reincorpore ao mercado de trabalho ou passados esses 24 meses, em que a pensão ficará condicionada à conclusão de sua formação educacional, como ocorre atualmente.

O senador Roy Barreras, integrante também na equipe negociadora, esclareceu que não há "nenhum salário nem aposentadoria" para as Farc, mas se tenta uma medida que busque que na Colômbia não se reproduza o que aconteceu em países da América Central após o fim de conflitos, nos quais os ex-combatentes recorreram à criminalidade como forma de vida.

Além disso, a equipe do Governo disse que o Estado colombiano "não renunciou a perseguir" os bens das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Em relação aos possíveis "dissidentes" da guerrilha que não aceitem o acordo apresentado em Havana, os generais integrados na comissão negociadora do governo advertiram que sobre eles cairá "todo o peso" das instituições e da Lei.

O general Jorge Mora Rangel sustentou que os soldados e policiais colombianos "são os vitoriosos deste processo" de negociação de paz.

Os negociadores reiteraram que não pouparão esforços para explicar aos colombianos com "pedagogia neutra" os detalhes do acordo apresentado nesta quarta-feira em Havana, com o qual se encerram 44 meses de complexas negociações para pôr fim a cinco décadas de conflito no país.

Os seis pontos gerais do acordo abrangem reforma rural, participação política, cessar-fogo bilateral e definitivo, entrega de armas, solução para o problema das drogas ilícitas, justiça e reparação às vítimas, e mecanismos de implementação e verificação.

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