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Governo canadense propõe combater Estado Islâmico na Síria

Primeiro-ministro diz que os jihadistas não representam risco apenas na região onde se dá a guerra, mas também a outros países, incluindo o Canadá


	O premier do Canadá diz que para chegar à Síria, o governo não pretende buscar o consentimento do país árabe, mas sim a cooperação com os EUA e aliados que atuam na região
 (©AFP/Pool/File / Rogerio Barbosa)

O premier do Canadá diz que para chegar à Síria, o governo não pretende buscar o consentimento do país árabe, mas sim a cooperação com os EUA e aliados que atuam na região (©AFP/Pool/File / Rogerio Barbosa)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2015 às 18h03.

Montreal - O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, defendeu a proposta do governo de estender a missão militar que atua no Iraque por mais um ano e expandir as ações ao território Sírio. Ele fez um pronunciamento hoje (24) ao parlamento do Canadá, em Ottawa, capital do país.

Segundo ele, a ameaça do grupo extremista Estado Islâmico resiste ao combate da coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, que inclui Grã-Bretanha, Austrália, Alemanha e outros países.

O primeiro-ministro destacou que os jihadistas não representam risco apenas na região onde se dá a guerra, mas também a outros países, incluindo o Canadá, alvo de dois atentados praticados por extremistas no ano passado.

“O território controlado pelo Estado Islâmico é substancial e a sua liderança sobre a rede de jihadistas continua”, disse. “Como o grupo Estado Islâmico ameaçou, ataques foram feitos em várias partes do mundo, especialmente aqui no Canadá”. Ele fez referência à invasão do parlamento, em outubro de 2014, por um canadense radical islâmico.

A missão militar do Canadá no Iraque envolve ajuda humanitária e logística; vigilância, combate aéreo e treinamento de tropas. Cerca de 600 militares foram destacados para a operação, que não inclui o combate em terra. O prazo para participação na missão termina no fim deste mês.

Em seu pronunciamento na Câmara dos Comuns, Harper disse que as razões para o Canadá continuar na guerra contra o Estado Islâmico até março de 2016 e incluir a Síria como território de combate são as mesmas que levaram o país a se juntar à coalizão internacional em 2014.

“Nós queremos enfraquecer a capacidade do Estado Islâmico de poder participar de movimentos militares de larga escala; de usar bases militares livremente; de ampliar sua presença na região e multiplicar ataques em territórios fora da região”, enumerou.

“O governo reconhece que a base de poder do Estado Islâmico fica na Síria. Os combatentes do grupo e seus equipamentos pesados trafegam livremente pela fronteira entre o Iraque e a Síria, em parte para escapar dos ataques aéreos da coalizão”, explicou.

Harper disse que para chegar à Síria, o governo canadense não pretende buscar o consentimento do país árabe, mas sim a cooperação com os Estados Unidos e outros aliados que atuam na região. A missão deve evitar o combate por terra, restringindo-se aos ataques aéreos.

Os dois principais líderes da oposição ao governo não apoiam a proposta. Thomas Mulcair, do Novo Partido Democrático, foi enfático: “Não é uma missão da ONU [Nações Unidas]. Não é sequer uma missão da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”.

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