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Governo britânico não cancelará visita de Trump ao Reino Unido

Os partidos da oposição britânica pediram que o governo não recebesse o presidente após tomarem conhecimento do alcance da política migratória dos EUA

Trump e May: uma petição tenta impedir que Trump faça sua visita ao Reino Unido (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump e May: uma petição tenta impedir que Trump faça sua visita ao Reino Unido (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 08h34.

Última atualização em 30 de janeiro de 2017 às 08h34.

Londres - A visita de Estado do presidente dos Estados Unidos Donald Trump ao Reino Unido, planejada para este ano, continua nos planos de Londres apesar dos protestos pelas medidas migratórias impostas por Washington, informou nesta segunda-feira o governo britânico.

Um porta-voz de Downing Street 10, a residência oficial da primeira-ministra britânica Theresa May, disse hoje que a posição do governo não mudou e que "o convite foi recebido e aceito" pelo novo presidente americano.

Em sua reunião na última sexta-feira em Washington, a premiê convidou Trump a visitar Londres para ser recebido pela rainha Elizabeth II.

Nesse encontro, May e Trump abordaram vários assuntos, como a negociação de um acordo comercial assim que o Reino Unido deixar a União Europeia (UE), previsivelmente no segundo trimestre de 2019.

Os partidos da oposição britânica pediram ontem que o governo não recebesse o presidente após tomarem conhecimento do alcance da política migratória dos EUA, que veta a entrada no país de cidadãos com passaportes de Sudão, Iraque, Somália, Síria, Iêmen e Irã, nações com histórico terrorista.

A medida suspende também suspende a entrada de todos os refugiados durante 120 dias e a concessão, durante 90 dias, de vistos para cidadãos com passaportes dos sete países citados.

O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido informou hoje que os britânicos que têm dupla nacionalidade com esses países não serão afetados pelo decreto lei de Trump.

O atleta britânico de origem somali Sir Mo Farah disse hoje que está "aliviado" ao saber que pode viajar para os EUA, onde vive com seus filhos e treina habitualmente.

Farah, bicampeão olímpico dos 5 mil e 10 mil metros no atletismo, vive há seis anos com sua família em Portland, no estado do Oregon.

"Mo está aliviado porque poderá voltar com sua família assim que concluir seu treinamento atual (na Etiópia). No entanto, como já disse em seu comunicado anterior, ele é totalmente contrário a esta incrível política divisiva e discriminatória", diz uma nota divulgada pela assessoria do atleta.

No domingo, diante da incerteza sobre sua situação, o atleta disse: "Em primeiro de janeiro deste ano, Vossa Majestade a Rainha me concedeu o título de cavaleiro. Em 27 de janeiro, o presidente Donald Trump parece ter me transformado em um aliem".

A organização Anistia Internacional (AI) convocou para hoje manifestações em várias cidades britânicas para protestar contra a política migratória de Donald Trump.

As manifestações começarão às 18h locais (16h de Brasília) em frente à residência oficial de Downing Street, em Londres, e nas cidades escocesas de Edimburgo e Gales, nas galesas de Cardiff e Swansea, e nas inglesas de Manchester, Liverpool, Brighton e Bristol.

Por outro lado, o cidadão britânico Graham Guest iniciou uma petição para impedir que Trump faça sua visita ao Reino Unido, que foi colocada ontem em um site de pedidos ao parlamento e já reuniu mais de 900 mil assinaturas.

Ao superar as 100 mil assinaturas, os deputados têm a obrigação de debatê-la em algum momento no parlamento.

 

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