Londres - O governo do Reino Unido anunciou nesta quinta-feira uma legislação de emergência para continuar monitorando a internet e as ligações telefônicas, que deixou em alerta os defensores dos direitos civis por considerá-la uma ameaça à privacidade.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse hoje que o projeto de lei será apresentado na próxima semana no parlamento para que seja aprovado pela via rápida e justificou sua aplicação com a necessidade de combater o terrorismo e o crime organizado.
Com essa decisão, tornada pública por Cameron e pelo vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, na residência de Downing Street, o governo quer que os serviços de segurança continuem acessando os dados eletrônicos e as comunicações e que as empresas de telecomunicações conservem a informação de seus usuários.
O governo responde dessa maneira a uma sentença de abril do Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) que considerou ilegal uma diretriz comunitária que obrigava a armazenar a informação durante um período de 12 meses.
Diante da possibilidade que as empresas de internet e de telecomunicações começarem a apagar a informação de seus usuários, por temor de problemas legais, o Reino Unido optou por blindar os poderes das forças de segurança para que estas possam continuar pedindo às empresas os dados de que precisam.
Na Câmara dos Comuns, a ministra de Interior, Theresa May, ressaltou que se trata de manter o "status quo" e de evitar perder informação vital para lutar contra o terrorismo.
No entanto, as organizações defensoras dos direitos civis suspenderam a voz de alarme, sobretudo após a polêmica gerada no ano passado quando o ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden revelou o alcance da espionagem em massa dos Estados Unidos e do Reino Unido.
A diretora do grupo "Liberty", Shami Chakrabarti, disse hoje que se trata de uma legislação destinada a "espionar todos" e não só os suspeitos de atividades terroristas.
A organização "Open Rights Group" criticou o governo acusando-o de utilizar a ameaça terrorista para levar adiante uma "lei de emergência" que "infringe nosso direito à privacidade".
O governo deixou claro que o acesso à informação será restrito às forças de segurança e que a lei só será válida até 2016, um ano após as eleições gerais.
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1. Daqui para frente
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1/12 (SXC.Hu)
Há 25 anos, Tim Berners-Lee divulgava a proposta daquilo que daria origem à rede mundial de computadores. Em comemoração à data, o Pew Research Center (PRC) promoveu uma
pesquisa na qual mais de 2.500 especialistas indicaram
tendências que devem guiar a rede nos próximos 10 anos. As respostas mais comuns foram reunidas num
documento. A seguir, veja o que eles acreditam que deve acontecer com a
internet até 2015.
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2. A rede invisível
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2/12 (Dado Galdieri/Bloomberg)
Para os especialistas entrevistados pelo PRC, a internet vai ficar cada vez mais parecida com a eletricidade - que move o mundo hoje quase sem ser vista. "Não pensaremos em 'ficar online' ou 'olhar na internet' - apenas estaremos online", afirmou Joe Touch, diretor do Instituto de Ciência da University of Southern California.
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3. Distâncias menores
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3/12 (Getty Images)
Um dos efeitos que deve se intensificar ainda mais com a expansão da internet é a aproximação e a cooperação entre pesssoas de diversas partes do mundo. "Veremos mais amizades, romances, equipes e trabalhos em grupo globais", afirma Bryan Alexander, do Instituto Nacional para Tecnologia na Educação Liberal, dos EUA.
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4. Dados para decisão
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4/12 (Creative Commons/Flickr/Suicine)
Outra tendência que promete se desenvolver nos próximos anos é a coleta ininterrupta de dados que, analisados, podem passar a influenciar mais nas tomadas de decisão. "Nós editaremos nosso comportamento mais rapidamente e inteligentemente", afirmou na pesquisa Patrick Tucker, autor do livro Naked Future.
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5. Wearables e saúde
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5/12 (Divulgação)
Além de influenciar as decisões, a coleta constante de dados por meio de dispositivos online terá outro efeito colateral. Ela permitirá a detecção precoce da propensão a certas doeças. Nesta missão, os gadgets de computação vestível ou wearables (como o Google Glass) terão papel essencial. É esperar para ver.
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6. Mais protestos
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6/12 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O que hoje acontece na Ucrânia e na Venezuela será cada vez mais comum. A internet será cada vez mais uma ferramenta de mobilização social. "Podemos esperar mais e mais levantes à medida que as pessoas se tornem mais informadas e aptas a comunicar seus temores", afirmou Rui Correia, diretor da ONG Netday Namibia.
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7. Nações online
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7/12 (Aotearoa / Wikimedia Commons)
Hoje, cyber-conflitos e Estado virtual parecem coisas de ficção científica. Porém, até 2025, fenômenos como esse podem virar realidade graças à internet. "O poder dos estados-nações para controlar todo homem dentro de limites geográficos pode começar a diminuir", afirmou ao PRC David Hughes, um dos pioneiros da internet.
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8. Redes menores
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8/12 (ANDRE VALENTIM)
"Vai haver várias internets", afirmou ao PRC o escritor David Brin. De acordo com ele e outros especialistas, a existência de redes complementares à internet é uma tendência. Segundo o pioneiro da internet Ian Peter, o uso de canais alternativos será necessário por questões de segurança - entre outras razões.
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9. Privacidade = luxo
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9/12 (Getty Images)
"Tudo - rigorosamente tudo - vai estar à venda online", afirmou ao PRC Llewellyn Kriel, editor da TopEditor International Media Services. A consequência disso é um mundo menos seguro, no qual preservar a própria privacidade pode se tornar difícil. Muitos especialistas acreditam que a internet deve seguir esta tendência.
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10. Ferramenta valiosa
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10/12 (Divulgação)
Com o aumento de sua importância, a tendência é que a internet se torne cada vez mais visada por governos e empresas. "Governos vão se tornar muito mais efetivos no uso da internet como instrumento de controle político e social", afirma Paul Babbitt, professor associado da Southern Arkansas University.
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11. Educação
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11/12 (Mohammed Abed/AFP)
O acesso universal ao conhecimento será o maior impacto da internet. Essa é a opinião de Hal Varian, economista que trabalha no Google. "A pessoa mais inteligente do mundo hoje pode estar atrás de um arado na Índia ou na China", afirmou ele. No futuro, esta pessoa estará conectada.
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12. Agora, veja o que acontece ainda em 2014
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12/12 (Getty Images)