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Governo britânico continuará monitorando internet e ligações

Governo do Reino Unido anunciou legislação de emergência para continuar monitorando a internet e as ligações telefônicas por segurança


	Internet: defensores dos direitos civis consideram medida uma ameaça à privacidade
 (Lionel Bonaventure/AFP)

Internet: defensores dos direitos civis consideram medida uma ameaça à privacidade (Lionel Bonaventure/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2014 às 11h19.

Londres - O governo do Reino Unido anunciou nesta quinta-feira uma legislação de emergência para continuar monitorando a internet e as ligações telefônicas, que deixou em alerta os defensores dos direitos civis por considerá-la uma ameaça à privacidade.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse hoje que o projeto de lei será apresentado na próxima semana no parlamento para que seja aprovado pela via rápida e justificou sua aplicação com a necessidade de combater o terrorismo e o crime organizado.

Com essa decisão, tornada pública por Cameron e pelo vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, na residência de Downing Street, o governo quer que os serviços de segurança continuem acessando os dados eletrônicos e as comunicações e que as empresas de telecomunicações conservem a informação de seus usuários.

O governo responde dessa maneira a uma sentença de abril do Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) que considerou ilegal uma diretriz comunitária que obrigava a armazenar a informação durante um período de 12 meses.

Diante da possibilidade que as empresas de internet e de telecomunicações começarem a apagar a informação de seus usuários, por temor de problemas legais, o Reino Unido optou por blindar os poderes das forças de segurança para que estas possam continuar pedindo às empresas os dados de que precisam.

Na Câmara dos Comuns, a ministra de Interior, Theresa May, ressaltou que se trata de manter o "status quo" e de evitar perder informação vital para lutar contra o terrorismo.

No entanto, as organizações defensoras dos direitos civis suspenderam a voz de alarme, sobretudo após a polêmica gerada no ano passado quando o ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden revelou o alcance da espionagem em massa dos Estados Unidos e do Reino Unido.

A diretora do grupo "Liberty", Shami Chakrabarti, disse hoje que se trata de uma legislação destinada a "espionar todos" e não só os suspeitos de atividades terroristas.

A organização "Open Rights Group" criticou o governo acusando-o de utilizar a ameaça terrorista para levar adiante uma "lei de emergência" que "infringe nosso direito à privacidade".

O governo deixou claro que o acesso à informação será restrito às forças de segurança e que a lei só será válida até 2016, um ano após as eleições gerais.

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