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Governo avalia mistura maior de biodiesel no diesel

Medida pode reduzir importações do combustível fóssil e trazer algum alívio à Petrobras


	Consumidor abastece carro: proposta deve incluir a elevação do percentual para 7 por cento (B7), ante os atuais 5 por cento (B5)
 (Jeff J Mitchell/Getty Images)

Consumidor abastece carro: proposta deve incluir a elevação do percentual para 7 por cento (B7), ante os atuais 5 por cento (B5) (Jeff J Mitchell/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2013 às 15h42.

Brasília/São Paulo - O Ministério da Minas e Energia encaminhou ao Palácio do Planalto uma proposta para o Brasil elevar o percentual de mistura de biodiesel no diesel, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

A medida, segundo representantes do setor de biodiesel, pode reduzir importações do combustível fóssil e trazer algum alívio à Petrobras.

As compras externas de diesel pela estatal estão entre as causas dos problemas financeiros da Petrobras, que importa o produto a preços maiores que os de venda no Brasil.

O ministro Lobão, que não associou o eventual aumento da mistura de biodiesel à Petrobras durante entrevista, disse que a proposta está em análise no governo. Ele também não mencionou de quanto seria um eventual aumento da mistura.

"Encaminhamos para o Planalto (a proposta), mas ainda não teve definição", afirmou Lobão a jornalistas antes de evento.

A proposta que estaria em estudo no Planalto deve incluir a elevação do percentual para 7 por cento (B7), ante os atuais 5 por cento (B5), ponderou o diretor-superintendente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Julio Minelli.

Segundo ele, as propostas de alteração na mistura estavam em análise por representantes da Casa Civil e outros ministérios que integram a Comissão Executiva Interministerial de Biodiesel.

"Com base nos estudos, poderia haver um aumento imediato de B5 para B7, com uma banda de até B10, dependendo de algumas condições... mas eles (governo) não abriram muitos dados", disse Minele.

A medida aliviaria o caixa da Petrobras, uma vez que diminuiria a necessidade de importação de diesel, mesmo em meio ao aumento de demanda interna.

O país atualmente importa cerca de 18 por cento de sua demanda anual por diesel, disse o executivo. Com o aumento para o B7, este volume importado poderia cair para 16 por cento, projetou a Aprobio.

A Aprobio estima o consumo de biodiesel neste ano em 3 bilhões de litros, ou cerca de 10 por cento maior que no ano passado, na esteira da demanda do diesel.

O consumo de biodiesel chegaria a 4,2 bilhões de litros em 2014, se a mistura fosse elevada a 7 por cento, segundo cálculos da Aprobio.

Minele acrescentou que a indústria conta com uma capacidade instalada de 7 bilhões de litros, além de disponibilidade matéria-prima.

Atualmente, da produção total de biodiesel no Brasil, 75 por cento é produzido a partir da soja, 19 por cento de sebo bovino, 1 por cento de outras gorduras animais, como suína e de frango, 1 por cento de outras matérias-primas.

O setor pede uma reformulação do marco regulatório, com vistas a garantir maior previsibilidade para investidores apostarem em novas matérias-primas.

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