Julio de Vido: De Vido foi ministro de Planejamento Federal dos governos de Nestor e Cristina Kirchner (©AFP/Arquivo / str/AFP)
EFE
Publicado em 25 de outubro de 2017 às 17h26.
Buenos Aires - A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou nesta quarta-feira a perda de imunidade parlamentar do legislador opositor Julio de Vido, ex-ministro de Planejamento Federal dos governos de Nestor e Cristina Kirchner, depois que a Justiça ordenou o fim do privilégio para a detenção por corrupção.
Com 176 votos a favor - dos 178 legisladores presentes -, principalmente dos governista frente Mudemos, e com a ausência do kirchnerista Frente para a Vitória, os deputados autorizaram retirar a imunidade de De Vido, acusado por diversos crimes de corrupção enquanto foi ministro, entre 2003 e 2015.
Esta decisão foi tomada depois que dois juízes que averiguam De Vido ordenarem que a Câmara aprovasse a perda de imunidade para proceder à prisão preventiva do deputado.
Imediatamente depois da aprovação, policiais foram à casa de De Vido, em Buenos Aires, para proceder à detenção.
"É um ponto de inflexão na recuperação do Estado de Direito, como ponto de partida para um mundo que é impossível conseguir se não respeitamos a lei", explicou na sessão parlamentar Mario Negri, deputado da União Cívica Radical, integrante de Mudemos.
De Vido enfrenta uma ordem de detenção dada pelo juiz Luis Rodríguez, que investiga uma suposta fraude multimilionária num projeto de mineração no Rio Turbio, na província de Santa Cruz, que nunca aconteceu.
Embora, em princípio, o magistrado tenha rejeitado a pedido de um promotor de deter o deputado, em 17 de outubro a Câmara Federal de Buenos Aires ordenou que fosse pedida "de forma imediata" a retirada desses privilégios e a detenção.
O juiz Claudio Bonadio também solicitou a prisão e a perda de imunidade do ex-ministro, investigado pelos valores excessivos na compra de gás liquefeito.
A sessão de hoje aconteceu depois de que uma comissão desse ontem o sinal verde para que o plenário decidisse se retirava ou não os privilégios.
A aprovação do perda de imunidade aconteceu com um amplo apoio da oposição entre os 178 deputados presentes na sessão, do total de 257 legisladores.