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Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2010 às 07h23.
Berlim - O Governo alemão continuou hoje com as deliberações sobre o maior pacote de ajuste da história do pós-guerra no país, que terá como meta economizar cerca de 10 bilhões de euros anuais entre 2011 e 2016. Entre os partidos do Governo há divergências sobre se as altas fiscais devem ser parte do pacote de ajuste, cujos detalhes espera-se que sejam divulgados ao longo do dia.
O Partido Liberal (FDP), parceiro minoritário da coalizão de Governo, é contrário a fazer o ajuste através de aumentos de impostos e considera que a fórmula adequada é fazer cortes nos orçamentos de todas as pastas, especialmente na de Trabalho e Assuntos Sociais, e na redução de subvenções.
No entanto, o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble expressou suas dúvidas sobre se só através da economia se possa conseguir o objetivo de chegar a ter um orçamento equilibrado no mais tardar em 2020. Merkel também não descarta altas de impostos, embora tenha dito que a atenção deve ser posta no controle da despesa e não no aumento da receita fiscal.
No final espera-se que o FDP ceda e aceite uma mistura de cortes orçamentários e altas de impostos pontuais. O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) está na mira de muitos e uma proposta concreta é a de eliminar sua taxa reduzida para alguns produtos - que pagam uma tarifa privilegiada de 7% - e aplicar sempre uma taxa de 19%.
Essa medida, segundo o economista Wolfgang Franz traria ao fisco 20 bilhões de euros. No entanto, tudo indica que a parte principal do pacote afetará antes de tudo a despesa social e as ajudas aos desempregados de longa duração. As organizações empresariais são partidárias de evitar na medida do possível as altas de impostos e algumas delas insistem no corte da despesa social.
O presidente da Confederação de Sindicatos Alemães (DGB), Michael Sommer, por sua vez, anunciou resistência contra os planos de economia e contra cortes sociais. "A intenção é clara: se quer passar a fatura para os mais pobres para proteger os ricos. Isso é algo que não podemos aceitar", declarou hoje Sommer ao canal "ARD".
O Partido Social-Democrata (SPD), o principal na oposição, advertiu que os cortes sociais podem colocar em perigo a paz social.