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Governo alemão compara "black blocs" de Hamburgo com neonazistas

Ministro do Interior da Alemanha ratificou seu apoio à ação policial e tachou manisfestantes como"turistas da violência"

De Maizière: criticou círculos de esquerda que tentam "entender ou legitimar" o ocorrido. (Axel Schmidt/Reuters)

De Maizière: criticou círculos de esquerda que tentam "entender ou legitimar" o ocorrido. (Axel Schmidt/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de julho de 2017 às 11h30.

Berlim - O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, denunciou nesta segunda-feira a existência de um vandalismo "organizado, premeditado e orquestrado" durante a Cúpula do G20 em Hamburgo, no norte do país, e assegurou que que os responsáveis por esses atos são "desprezíveis extremistas violentos, assim como os neonazistas e os terroristas islamitas".

Em uma coletiva de imprensa em Berlim, De Maizière ratificou o seu "total apoio" à ação policial diante da "inconcebível e indignante" brutalidade dos distúrbios, com participação de muitos extremistas ('black blocs') do norte e do sul da Europa, a quem o ministro tachou de "turistas da violência".

De Maizière relatou que foi impedida a entrada na Alemanha de "centenas" de pessoas que vinham para participar dos protestos, mas presume que muitos conseguiram passar sozinhos, ou em pequenos grupos, e que introduziram no país, separadamente, o equipamento e o material para enfrentar a polícia.

"Calculamos que os círculos de extrema-esquerda começaram a se preparar há um ou dois anos", indicou De Maizière, que descreveu como muitos dos manifestantes 'black blocs' portavam aparelhos de comunicação para coordenar suas ações e informar os movimentos da polícia.

Diferentes grupos políticos exigiram a criação de uma base de dados europeia de elementos extremistas e De Maizière apoiou esta proposta, e lembrou que as forças de segurança e os serviços de inteligência já cooperam atualmente e trocam informações diante dessas situações.

O ministro criticou o fato de alguns círculos de esquerda tentarem "entender ou legitimar" o ocorrido. "Não há nada que entender", disse De Maizière, que enfatizou que "quem queima carros e saqueia supermercados" não pode ser considerado um manifestante ou ativista, mas um criminoso.

Em resposta aos que consideram que a polícia provocou a violência ao intervir nas manifestações para separar os 'black blocs', De Maizière enfatizou que as autoridades cumpriram com um mandato da Justiça e lembrou que cerca de 500 agentes ficaram feridos nos distúrbios.

De Maizière também defendeu a escolha de Hamburgo para a reunião, já que um evento das dimensões do G20, com dezenas de delegações oficiais e milhares de convidados e jornalistas, só pode ser realizado em uma cidade com a capacidade logística para isso.

"Não deixaremos que os delinquentes decidam quando e onde podem acontecer esses atos", enfatizou o ministro alemão.

Segundo o balanço realizado ontem pelos responsáveis da operação policial, ficaram feridos 476 agentes, foram realizadas 186 detenções, 225 prisões temporárias e foram ditadas 27 ordens de captura desde duas semanas antes da cúpula até seu encerramento.

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