Apoiadores do político Imran Khan em Marcha pela Liberdade em Gujranwala, Paquistão (Reuters/Akhtar Soomro)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2014 às 12h26.
Islamabad - Partidários do governo paquistanês e manifestantes leais do líder de oposição Imran Khan entraram em confronto nesta sexta-feira, o segundo dia de uma marcha que tem como objetivo forçar a renúncia do primeiro-ministro Nawaz Sharif e a convocação de novas eleições.
Os confrontos certamente elevarão as tensões antes da chegada da marcha a capital Islamabad. O movimento já representa o maior desafio ao governo de Sharif, que praticamente fechou a capital antes da chegada dos manifestantes.
Os manifestantes, que saíram na quinta-feira da cidade de Lahore, leste do país, devem chegar a Islamabad nesta sexta-feira onde prometem montar acampamento e permanecer nele até que suas exigências para a mudança do governo sejam atendidas.
Duas marchas separadas seguem para a capital. Uma é liderada por Khan, estrela do críquete que atualmente lidera o terceiro maior partido no Parlamento, e a outra, é capitaneada pelo clérigo Tahir-ul-Qadri, um grande opositor do Taleban.
Tanto Khan quanto Qadri dizem que levarão um milhão de seus seguidores para as ruas de Islamabad, cidade de cerca de 1,7 milhão de habitantes. Por enquanto, estima-se que alguns milhares estão viajando com as duas marchas, embora esses números possam aumentar quando os grupos chegaram às proximidades de Islamabad.
Antes da chegada dos manifestantes, milhões de policiais foram enviados para as ruas da capital. Autoridades instalaram contêineres usados em navios para bloquear o trânsito e cortarão os serviços de telefonia celular em algumas áreas da cidade.
Na quinta-feira, o ministro do Interior Chaudhry Nisar Ali Khan pediu desculpas pela paralisação da cidade, afirmando que as medidas foram tomadas para a própria segurança dos moradores. Ele também advertiu os manifestantes de que serão tratados com "mão de ferro" se tentarem perturbar a lei e a ordem.
O comboio de Khan estava na cidade de Gujranwala quando dezenas de partidários de Sharif começaram a lançar pedras e sapatos contra ele, disse Khan.
Imagens mostradas pela televisão paquistanesa mostraram partidários da Liga Muçulmana do Paquistão (PNL-N), de Sharif, jogando pedras contra o comboio em Gujranwala, que fica a cerca de 70 quilômetros de Lahore. Rana Sanaullah, líder do PML-N, disse ao canal de televisão Dawn que os dois grupos jogaram pedras uns contra os outros.
O policial de Gujranwala, Mohammed Azeem, disse que cerca de 200 partidários do partido governista entraram rapidamente em confronto com partidários de Khan. "A situação está controlada", disse ele.
Os dois movimentos de protesto representam o mais duro desafio para Sharif, que conquistou seu terceiro mandato como primeiro-ministro com uma vitória esmagadora em maio de 2013.
Fonte: Associated Press.