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Governista vence em Honduras e esquerda se mobiliza

O candidato governista Juan Orlando Hernández foi declarado vencedor das eleições presidenciais hondurenhas, e a esquerda convocou uma mobilização


	Mulher vota em Honduras: "não reconhecemos os resultados", diz oposição
 (Jorge Cabrera/Reuters)

Mulher vota em Honduras: "não reconhecemos os resultados", diz oposição (Jorge Cabrera/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2013 às 12h50.

Tegucigalpa - O candidato governista Juan Orlando Hernández foi declarado vencedor das eleições presidenciais hondurenhas, e a esquerda, liderada pelo ex-presidente Manuel Zelaya, convocou uma mobilização para denunciar o resultado, que deixou em segundo lugar a adversária e sua mulher, Xiomara Castro.

O presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de Honduras, David Matamoros, anunciou os resultados na quarta-feira.

"Os números que divulgamos hoje indicam claramente que o vencedor das eleições gerais é Juan Orlando Hernández", declarou Matamoros.

"Nos próximos dias emitiremos a declaração oficial, ao fim da apuração de todas as urnas", completou.

Com 81,54% das urnas apuradas, Hernández, candidato do Partido Nacional (PN, direita), lidera com 35,88% dos votos, contra 29,14% de Xiomara Castro, candidata do Partido Liberdade e Refundação (Livre) e esposa do presidente destituído Manuel Zelaya.

Zelaya, derrubado em 2009 por uma junta cívico-militar de direita, anunciou que convocará uma mobilização no próximo sábado contra o que considera fraude nas eleições presidenciais.

"No sábado vamos convocar mobilizações, roubaram a vitória do (partido) Libre e de Xiomara (Castro). Vamos provar isto", afirmou Zelaya em entrevista à Rádio e TV Globo.

"Não reconhecemos os resultados que foram publicados nos boletins do Tribunal Supremo Eleitoral porque houve fraude", disse Zelaya, esclarecendo que o Libre "não vai incendiar" o país porque as mobilizações serão "pacíficas".

O presidente deposto prometeu "que a vontade popular será defendida absolutamente com tudo o que possuímos".

Xiomara Castro disse que as provas da fraude serão reveladas nesta sexta-feira, em entrevista coletiva, quando saberão de "grandes irregularidades".


A candidata recordou que na noite de domingo se declarou presidente eleita e "hoje posso dizer que mantenho esta mesma posição" porque "o povo nos elegeu de forma contundente".

Zelaya estimou que se confirmado, o futuro governo conservador será "muito débil" porque conta apenas com pouco mais de 30% dos votos: "como alguém pode governar com 30%"?

O presidente deposto destacou que "o governo perdeu o Congresso", que "é o primeiro poder do Estado" e onde são tomadas as decisões.

Segundo projeções, o Partido Nacional elegeu 47 deputados, o Libre, 39; o Partido Liberal (PL, direita), 26, e o Partido Anticorrupção (PAC, centro direita), 13.

No atual Congresso, presidido e controlado por Hernández, o PN tem 71 deputados, o PL, 55, e as outras três forças minoritárias compartilham 12 cadeiras.

Uma influente aliança de organizações da sociedade civil exigiu, por sua parte, que a autoridade eleitoral dê respostas imediatas quanto às denúncias de fraude.

"Queremos que respondam de imediato e em respeito à lei as denúncias de fraudes e irregularidades apresentadas pelos partidos políticos e a cidadania em geral", reclamou, em um comunicado Omar Rivera, diretor executivo do Grupo da Sociedade CIVIL (GSC).

Pelo segundo dia consecutivo, centenas de estudantes saíram às ruas para protestar pelo que consideram uma fraude do governante PN, apesar de uma manifestação similar ser reprimida na terça pela polícia com uso de gases lacrimogêneos.

Os estudantes reclamam o reconhecimento da vitória de Xiomara e repudiam Hernández, a quem associam a símbolos nazistas.

Observadores da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) qualificaram como "transparentes" e "confiáveis" as eleições de domingo em Honduras.

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