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Governadores tentam apaziguar PSDB com conselho de notáveis

Governadores tucanos querem criar conselho com 14 lideranças

Proposta foi apresentada para a direção do partido e agora deve ser votada pela executiva do PSDB (Fábio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

Proposta foi apresentada para a direção do partido e agora deve ser votada pela executiva do PSDB (Fábio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2011 às 13h53.

Belo Horizonte - Na tentativa de frear a disputa interna entre os grupos de José Serra e Aécio Neves pelo comando do PSDB, os oito governadores tucanos reunidos neste sábado, em Belo Horizonte, apresentaram à direção do partido a proposta de criação de um conselho político com 14 lideranças.

O conselho, que precisa ser aprovado pela Executiva do partido, foi a forma encontrada pela cúpula tucana para manter em evidência o candidato derrotado à Presidência da República em 2010, José Serra, que tenta viabilizar seu nome ao comando do partido com foco nas eleições presidenciais de 2014.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, admitiu que "é importante abrigar os nomes do partido que estão sem mandato para que possam continuar contribuindo para seu crescimento". Ele negou, no entanto, que o "conselho de notáveis" vá reduzir o poder da direção do partido.

"É um grupo de assessoramento, formulação de ideias, mas com poder de decisão, composto por pessoas experientes que representam o conjunto partidário."

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse que o grupo definirá as prioridades e ênfases para que a oposição melhore o desempenho.

"Nada disso prejudica a direção do partido, ajuda", disse Guerra. "Os próximos anos, este e o próximo, são anos da organização interna, os anos da campanha serão depois. O PSDB precisa se desenvolver, de forma unificada, nas várias regiões e esse conselho vai ajudar nesse desenvolvimento."

"Ele, na verdade, vai promover a unidade efetiva do próprio partido. Vamos primeiro aprovar o conselho para depois ver a questão do próximo presidente", desconversou Guerra, que pleiteia se manter no cargo com apoio do grupo ligado a Aécio.

O governador paulista, Geraldo Alckmin, que chegou a propor um rodízio anual de presidentes, disse que é preciso dar espaço às lideranças que estão sem mandato.
"Defendo que o Serra tenha participação na direção do partido", propôs. Nos bastidores, a informação é de que Alckmin também almeja concorrer à Presidência da República em 2014, e por isso passou a defender internamente Serra para a prefeitura de São Paulo.

Os integrantes do conselho serão os oito governadores tucanos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra, um representante do partido na Câmara dos Deputados que ainda não foi definido, o senador Aécio, Guerra e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, Luiz Paulo Vellozo Lucas.

Além de Alckmin e Perillo, os governadores são Antonio Anastasia (MG), Beto Richa (Paraná), Simão Jatene (Pará), Siqueira Campos (Tocantins), Teotônio Vilela Filho (Alagoas) e Anchieta Júnior (Roraima).


Em busca de um discurso

Reunidas no hotel Ouro Minas, na capital mineira, as lideranças tucanas reconheceram que ainda não encontraram o discurso ideal no papel de principal partido de oposição.

"Não temos demonstrado grande capacidade de comunicar e mostrar as diferenças entre a concepção de gestão pública eficiente que nós temos com o Estado inchado do governo federal", disse Aécio.

Bastante afinado com Sérgio Guerra, que já havia admitido as mesmas falhas nesta manhã, Aécio aproveitou para criticar a criação da Secretaria das Micros e Pequenas e Empresas, que segundo ele é um escárnio e surgiu para abrigar um dirigente partidário que não foi eleito.

"As micro e pequenas empresas precisam de apoio e não de mais uma estrutura burocrática criada com o claro objetivo de abrigar um suplente de senador e um dirigente partidário que ajudaram na campanha", alfinetou o senador.

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