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Governador de NY critica Trump por "tirar o corpo fora" durante pandemia

O governador de Nova York também afirmou que Trump deveria "levantar e ir trabalhar ao invés de assistir televisão"

EUA: país registou quase 4,5 mil mortes por coronavírus em 24 horas (Tasos Katopodis/Getty Images)

EUA: país registou quase 4,5 mil mortes por coronavírus em 24 horas (Tasos Katopodis/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 17 de abril de 2020 às 17h17.

O governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, atacou duramente a resposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à crise do coronavírus, acusando-o de "tirar o corpo fora" diante dos Estados e de favorecer os grandes negócios em detrimento das comunidades mais atingidas.

Cuomo, que vinha contendo suas críticas a Trump, disparou uma série de alfinetadas após uma pergunta de um repórter sobre comentários em que o presidente insinuou que Nova York pediu uma ajuda excessiva, que jamais foi totalmente utilizada.

O governador disse que "talvez (o presidente) devesse se levantar e ir trabalhar" ao invés de assistir televisão, e o acusou de privilegiar a indústria aérea e outros parceiros de negócios em um pacote de socorro financeiro recente que ele afirmou ter deixado pouco para os Estados.

Cuomo disse que não tardou em elogiar o presidente quando seu Estado necessitava urgentemente de leitos hospitalares e ventiladores e que seus pedidos de ajuda para tais itens foram motivados pelas próprias projeções dramáticas da Casa Branca sobre o vírus.

"Construímos mais leitos do que precisávamos", disse Cuomo mencionando projeções federais iniciais sobre o impacto do vírus que previram que até 2,2 milhões de pessoas poderiam morrer.

"Nosso único erro foi acreditar em seus números e suas projeções".

Cuomo, cujo Estado está no epicentro do surto dos Estados Unidos, respondendo por quase metade das mortes do país, disse que o presidente se recusou diversas vezes a ajudar os Estados a acelerar os exames porque era "muito complicado".

Ele disse precisar de financiamento federal para acelerar a realização de exames e para compensar um déficit orçamentário de 10-15 bilhões de dólares que está prejudicando a capacidade do Estado de custear tais esforços por conta própria. Ele criticou os pacotes de socorro aprovados pelo Congresso até o momento devido à ausência de fundos para Estados duramente atingidos como Nova York.

Ele falou um dia depois de o governo Trump delinear planos para uma reabertura gradual, começando com os Estados menos afetados pelo vírus.

"Tudo bem, cabe aos Estados, mas então não peçam aos Estados, não lhes deem esta empreitada gigantesca que nunca foi feita antes e depois não lhes deem nenhum recurso para fazê-lo".

Ele disse que nesta sexta-feira um total de 17.316 pessoas estavam hospitalizadas em Nova York por causa da Covid-19, número inferior às 17.735 de um dia antes e o menor desde 5 de abril. As intubações e internações em unidades de tratamento intensivo também recuaram, disse.

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