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Goran Hadzic pode ser extraditado ao Tribunal de Haia ainda nesta sexta-feira

Acusado não recorreu da decisão das autoridades sérvias de extraditá-lo e expira hoje o prazo para uma eventual mudança de opinião

Hadzic foi levado às dependências do departamento especial de crimes de guerra do Tribunal de Belgrado, onde ontem e hoje foi visitado por membros de sua família (Wikimedia Commons)

Hadzic foi levado às dependências do departamento especial de crimes de guerra do Tribunal de Belgrado, onde ontem e hoje foi visitado por membros de sua família (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2011 às 06h38.

Belgrado - O suposto criminoso de guerra Goran Hadzic, capturado na quarta-feira na Sérvia, pode ser extraditado nesta sexta ao Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII), em Haia.

Hadzic não recorreu da decisão das autoridades sérvias de extraditá-lo e expira hoje o prazo para uma eventual mudança de opinião, pelo que se considera que sua extradição pode produzir-se em questão de horas.

O último requisito pendente é a assinatura da ministra da Justiça, Snezana Malovic, no documento de extradição.

No entanto, por motivos de segurança, as autoridades sérvias se negaram a precisar a data exata da extradição de Hadzic e outros detalhes da operação.

O antigo líder dos sérvios da Croácia foi detido na quarta-feira na localidade de Krusedol, no monte Fruska Gora, cerca de 80 quilômetros de Belgrado. No momento da captura, Hadzic se reunia com um "contato" para, segundo se acredita, recolher o dinheiro que o ajudaria a continuar se escondendo.

Hadzic era o último acusado pelo TPII que seguia em liberdade, após a detenção, em maio, na Sérvia, do ex-comandante militar sérvio-bósnio Ratko Mladic.

Após a captura, Hadzic foi levado às dependências do departamento especial de crimes de guerra do Tribunal de Belgrado, onde ontem e hoje foi visitado por membros de sua família e seus advogados.

Hadzic deixou hoje a prisão em meio a um forte esquema de segurança para visitar sua mãe, gravemente doente, na cidade de Novi Sad, segundo informou a imprensa sérvia.

Não houve confirmação oficial dessa visita nem se o acusado voltará ao Tribunal de Belgrado ou se será levado diretamente ao aeroporto da capital sérvia para ser transferido a Haia.

Entre 1992 e 1993, Hadzic foi o presidente da rebelde República Sérvia de Krajina, um território da Croácia povoado por sérvios que se declararam independentes depois que os croatas proclamaram sua separação da ex-Iugoslávia em 1991.

Hadzic é acusado de crimes de guerra e contra a Humanidade, pela expulsão da população croata de Krajina, assassinatos, perseguições, torturas e tratamento desumano durante a guerra croata (1991-1995).

A plena cooperação da Sérvia com o TPII, que supunha também a captura e extradição de Hadzic, é uma das condições para a aproximação do país balcânico à União Europeia.

A Sérvia aspira obter ainda este ano o status de país candidato à adesão comunitária.

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