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González irá voltar à Venezuela ‘na hora certa, mas não agora’, diz María Corina

Candidato da oposição havia prometido tomar posse da Presidência nesta sexta e acusa Maduro de fraude eleitoral

A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado gesticula durante um protesto convocado pela oposição na véspera da posse presidencial, em Caracas, em 9 de janeiro de 2025 (Pedro Mattey/AFP)

A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado gesticula durante um protesto convocado pela oposição na véspera da posse presidencial, em Caracas, em 9 de janeiro de 2025 (Pedro Mattey/AFP)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 10 de janeiro de 2025 às 17h44.

Última atualização em 10 de janeiro de 2025 às 18h20.

A líder opositora da Venezuela, María Corina Machado, anunciou nesta sexta-feira, 10, que o candidato da principal coalizão antichavista, Edmundo González, irá ao país "para tomar posse como presidente no momento correto".

"Decidimos que não é conveniente agora. Sua integridade é fundamental para a derrota do regime e a transição para a democracia", acrescentou em um vídeo publicado em sua conta no Instagram.

Corina afirmou que o governo venezuelano "não apenas fechou o espaço aéreo da Venezuela como também ativou todo o sistema de defesa aérea", razão pela qual o líder opositor chegará ao país para tomar posse como presidente constitucional "no momento correto, quando as condições forem adequadas".

"Eu pedi que ele não o faça porque sua integridade é fundamental para a derrota do regime", insistiu.

“Golpe de Estado”

A líder opositora declarou que Nicolás Maduro, que tomou posse nesta sexta-feira para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, consolidou "um golpe de Estado contra os venezuelanos e contra o mundo".

"Decidiram cruzar a linha vermelha que oficializa a violação da Constituição nacional. Pisoteiam nossa Constituição, Maduro viola a Constituição, além disso, o fez ao lado dos ditadores de Cuba e da Nicarágua. Isso diz tudo", afirmou Corina, referindo-se aos presidentes, Miguel Díaz-Canel e Daniel Ortega, que estiveram presentes na controversa posse.

Corina, que reivindica a vitória eleitoral do ex-embaixador Edmundo González nas eleições de julho passado, afirmou que nesta sexta-feira Maduro "não colocou a faixa presidencial no peito, mas no tornozelo, como uma tornozeleira, que a cada dia apertará mais".

Ela também comentou sobre os protestos realizados nesta quinta-feira no país, ao final dos quais foi detida e posteriormente liberada. Corina afirmou que esses eventos confirmaram sua "profunda confiança de que a liberdade do país está próxima".

A opositora disse ainda que foi levada por policiais do governo enquanto deixava um protesto. Ela afirmou ter sido levada de moto e que, de repente, ouviu que os agentes receberam a ordem para libertá-la. Corina disse ter sido forçada pelos policiais a gravar um vídeo como prova de vida e que foi libertada depois disso, em um lugar distante, do qual demorou para conseguir retornar.

O governo negou ter capturado Corina e a acusou de forjar a história.

"Ontem, a Venezuela viu a coragem espalhada por todo o país. Não tenham dúvidas, o medo acabou", reiterou a opositora, que reapareceu publicamente na quinta-feira, após 133 dias na clandestinidade, para liderar uma manifestação massiva em Caracas em defesa da reivindicada vitória do candidato da maior coalizão opositora, a Plataforma Unitaria Democrática (PUD).

A PUD afirma que reuniu 85% das atas eleitorais como evidência da vitória de Edmundo González, documentos que foram publicados em um site para consulta pública, por meio de testemunhas e membros das mesas eleitorais na noite das eleições, comprovando a vitória de Edmundo González. O governo, no entanto, classifica esses documentos como falsos.

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