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Golpe de Estado na Venezuela não está descartado

Morte de Hugo Chávez antes de alinhamento do PSUV pode transformar Venezuela em caos político


	Presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, junto a Hugo Chávez em Caracas em 8 de dezembro
 (AFP)

Presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, junto a Hugo Chávez em Caracas em 8 de dezembro (AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2013 às 20h24.

São Paulo - Com o ambiente político altamente conturbado, Venezuela vive um momento decisivo no processo sucessório do ex-presidente Hugo Chávez, cuja morte foi oficialmente anunciada nesta terça-feira.

Segundo Marcelo Suano, diretor do Centro de Estratégia, Inteligência e Relações Internacionais (Ceiri), o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) vive um momento de conflito. Enquanto Nicolás Maduro, vice-presidente da Venezuela, têm respondido oficialmente pela liderança do país, Diosdado Cabello, também do PSUV, se via na posição de sucessor imediato de Chávez..“Há uma guerra esta interna entre os bolivarianos”, afirma.

A demora para saída de Hugo Chávez do poder teria a função de organizar os bolivarianos internamente, de forma a evitar um contra-ataque imediato da oposição. Por ora, não há acordo dentro do PSUV sobre quem seria o candidato à presidência às eleições que deverão ser convocadas nos próximos 30 dias.

Neste contexto, Suano não descarta a possibilidade de um movimento mais agressivo por parte de Diosdado Cabello, uma vez que Maduro carece de apoio na base bolivariana. "Ele foi colocado nessa posição por não ser carismático, não ter grande apoio do partido nem suporte do exército, de forma que não ofuscasse a autoridade de Chávez", afirma. "É um cenário político muito parecido com o que vivemos no Brasil no Golpe Militar de 64."

Oposição

Dificilmente a oposição terá grande espaço nas próximas eleições se o contexto venezuelano permanecer neste impasse. A mobilização popular tende a favorecer os bolivarianos.

Segundo Suano, além do carisma de Hugo Chávez, o sistema assistencialista criado pelo ex-presidente criou fortes níveis de dependência entre população e Estado. "A mobilização popular dificilmente permitirá que suba ao poder alguém que rompa com esse modelo."

Atualizado às 20h16

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