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Ginasta processa Comitê Olímpico dos EUA por abuso sexual

Segundo ação, apesar de ter autoridade e mandato para aplicar punições a Nassar, o Comitê, a federação de ginástica e ex-altos dirigentes nunca intervieram

Aly Raisman: a ginasta ainda sofre de "depressão, ansiedade e medo" decorrentes do abuso, segundo o processo (Rick Kern/Getty Images)

Aly Raisman: a ginasta ainda sofre de "depressão, ansiedade e medo" decorrentes do abuso, segundo o processo (Rick Kern/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 2 de março de 2018 às 15h59.

A ginasta norte-americana Aly Raisman entrou com processo contra o Comitê Olímpico dos Estados Unidos e a federação de ginástica do país por ter sofrido abuso sexual do ex-médico da equipe norte-americana Larry Nassar, alegando que as entidades sabiam ou deveriam saber sobre seu comportamento, mas colocaram "dinheiro e medalhas" à frente da segurança das atletas.

"Eu me recuso a aguardar mais tempo para que essas organizações façam o que é certo. Espero que o processo legal os responsabilize e permita a mudança tão desesperadamente necessária", disse a tricampeã olímpica em um comunicado nesta sexta-feira.

O processo de Aly Raisman, que busca pagamento de indenização não especificada, foi protocolado na quarta-feira no tribunal estadual da Califórnia, no condado de Santa Clara.

Raisman, de 23 anos, afirmou em novembro que foi abusada sexualmente por Nassar. Ela estava entre quase 200 ginastas, incluindo várias medalhistas olímpicas, que chocaram o país com testemunhos sobre décadas de abuso, durante as audiências de condenação de Nassar, transmitidas pela televisão.

Nassar declarou-se culpado no ano passado por molestar as atletas sob o disfarce de tratamento médico por quase 20 anos, e em janeiro e fevereiro recebeu duas sentenças de prisão em Michigan, de 40 a 125 anos e de 40 a 175 anos. Ele também está cumprindo uma condenação de 60 anos por pornografia infantil.

Aly Raisman ainda sofre de "depressão, ansiedade e medo" decorrentes do abuso, segundo o processo. Apesar de ter autoridade e mandato para aplicar punições a Nassar, o Comitê Olímpico dos EUA, a federação de ginástica do país e ex-altos dirigentes da ginástica da EUA, também nomeados como réus, nunca intervieram, acrescenta a ação.

As molestações poderiam ter sido evitadas se os réus tivessem considerado seriamente o dever de proteger as atletas jovens, mas "(eles) colocam sua busca por dinheiro e medalhas acima da segurança", de acordo com o processo.

O Comitê Olímpicos dos EUA e um representante de Raisman não retornaram de imediato os pedidos de comentários. A federação de ginástica dos EUA não comentou de imediato.

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