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George Soros afirma que Facebook coopera para reeleição de Trump

Rede social tem sido acusada em vários países, incluindo os EUA, de contribuir para a difusão de notícias falsas

George Soros e Donald Trump: na opinião de Soros, Trump "ultrapassou os limites impostos à presidência pela Constituição" ((Jason Alden/Bloomberg)(Kevin Dietsch/Bloomberg)/Exame)

George Soros e Donald Trump: na opinião de Soros, Trump "ultrapassou os limites impostos à presidência pela Constituição" ((Jason Alden/Bloomberg)(Kevin Dietsch/Bloomberg)/Exame)

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EFE

Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 07h38.

Última atualização em 24 de janeiro de 2020 às 07h39.

Davos — O multimilionário George Soros revelou nesta quinta-feira estar "muito preocupado" com a "ajuda informal" que disse ter sido criada entre Facebook e Donald Trump para a possível reeleição do presidente dos Estados Unidos em novembro.

"Acho que existe uma espécie de operação informal de ajuda mútua ou acordo entre Trump e Facebook", disse o magnata nascido na Hungria, de 89 anos, no tradicional jantar oferecido para alguns veículos de comunicação, entre eles a Agência Efe, que participam do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

O acordo, segundo Soros, é que "o Facebook vai trabalhar para eleger Trump, e Trump vai trabalhar para proteger o Facebook". O magnata se disse "preocupado com o resultado das eleições de 2020".

Soros também acusou o Facebook de ser guiado "apenas por um princípio, o de maximizar o lucro, independentemente dos danos que possa causar ao mundo".

A rede social tem sido acusada em vários países, incluindo os EUA, de contribuir para a difusão de notícias falsas que condicionam o comportamento político dos usuários, especialmente durante os períodos eleitorais.

No início deste ano, após um intenso debate interno, o Facebook descartou filtrar o conteúdo dos anúncios políticos que publica, citando o direito constitucional à liberdade de expressão.

Esta não é a primeira vez que Soros ataca o presidente dos Estados Unidos. No discurso desta noite, descreveu Donald Trump como "um vigarista e um narcisista supremo que quer que o mundo gire ao seu redor".

"Quando a fantasia de se tornar presidente se tornou realidade, o narcisismo dele desenvolveu uma dimensão patológica", comentou.

Na opinião de Soros, Trump "ultrapassou os limites impostos à presidência pela Constituição", motivo pelo qual enfrenta um processo de impeachment.

"Ao mesmo tempo, ele conseguiu reunir um grande número de apoiadores que compraram a sua realidade alternativa. Isto transformou o narcisismo dele em uma doença maligna. Ele chegou a acreditar que poderia impor sua realidade alternativa não só aos seguidores, mas também à própria realidade", analisou.

Soros também disse que Trump "não tinha um plano estratégico quando autorizou o lançamento do míssil que matou o general (Qasem Soleimani, da Guarda Revolucionária Iraniana".

"Mas ele tem um instinto infalível que disse a ele como os leais seguidores reagiriam às suas ações. E eles estão exultantes. Isso torna a tarefa dos democratas, que buscam a sua remoção, extremamente difícil", frisou.

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