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General é preso, e tentativa de golpe na Bolívia termina em fracasso

Envolvido em escândalo de corrupção, militar foi demitido na terça-feira após entrevista na qual afirmou que Evo Morales não poderia ser mais presidente

General Juan José Zúñiga é apontado como nome por trás de tentativa de golpe, na Bolívia (Exército da Bolívia/Divulgação)

General Juan José Zúñiga é apontado como nome por trás de tentativa de golpe, na Bolívia (Exército da Bolívia/Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 26 de junho de 2024 às 20h28.

Última atualização em 26 de junho de 2024 às 20h30.

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O general Juan José Zuñiga, apontado como o responsável por tentativa de golpe de Estado na Bolívia, foi preso na noite desta quarta-feira. A prisão foi determinada pela Procuradoria-Geral do país, segundo a imprensa local. Zúñiga foi capturado e conduzido a um veículo policial nas proximidades de um quartel militar. "Está detido, meu general!", declarou o vice-ministro de Governo (Interior), Jhonny Aguilera, segundo imagens da televisão estatal.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, convocou os bolivianos a se mobilizar contra uma tentativa de "golpe de Estado" e nomeou um novo comando militar horas depois de ter pedido respeito à democracia ao denunciar "mobilizações irregulares" de militares em frente ao Palácio Queimado, a sede presidencial em La Paz, na Praça Murillo. Em meio à movimentação das tropas, Arce anunciou o general José Wilson Sánchez Velázquez como novo comandante das Forças Armadas, sucedendo ao general José Zúñiga.

Ao assumir, Sánchez ordenou o regresso das tropas a seus quartéis, que procederam a se desmobilizar da praça. O golpe fracassado foi condenada por todo o espectro político boliviano e pela comunidade internacional.

Depois das 17h na Bolívia (18h em Brasília), Arce fez um pronunciamento desde a Casa Grande do Povo, um edifício adjacente à sede do governo, para transmitir uma mensagem de união e calma à população. Ao lado dos ministros de seu Gabinete e da vice-presidente David Choquehuanca, enfatizou a necessidade de "aplacar os apetites inconstitucionais”.

— Convocamos o povo boliviano a se mobilizar e a manter a calma contra o golpe de Estado, em favor da democracia — disse Arce. — Todos juntos vamos derrotar qualquer intentona golpista.

Mais tarde, depois que os militares começaram a deixar a praça, Arce discursou perante centenas de seguidores desde o balcão do palácio presidencial:

— Ninguém pode nos tirar a democracia que conquistamos — afirmou. — Estamos seguros que vamos seguir trabalhando.

Ao ordenar o retorno das tropas aos quartéis, o novo comandante militar nomeado por Arce afirmou que "o general Zúñiga foi um bom comandante, e lhe pedimos que não derrame o sangue de nossos soldados".

— Sejamos cientes de que o governo legalmente constituído permanece, de acordo com as normas do Estado — afirmou Sánchez, em referência à Constituição.

No início do levante na Praça Murillo, o general Zúñiga, que estava no cargo desde novembre de 2022, declarou que "a mobilização de todas as unidades militares" buscava expressar seu descontentamento "com a situação do país", alertando que não permitiria uma possível nova candidatura em 2025 do ex-presidente Evo Morales, que governou a Bolívia de 2006 a 2019.

— As Forças Armadas pretendem reestruturar a democracia que seja uma verdadeira democracia, não de uns donos que já estão 30 e 40 anos no poder — afirmou antes de entrar em um veículo blindado.

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