Mundo

General dos EUA ligou para China temendo que Trump começasse guerra

Nas ligações, O general norte-americano Mark Milley tentou assegurar a Li Zuocheng, do Exército da China, que os Estados Unidos estavam estáveis e não iriam atacar

EUA: O principal general do exército americano temia que Trump iniciasse uma guerra contra China (Evelyn Hockstein/Getty Images)

EUA: O principal general do exército americano temia que Trump iniciasse uma guerra contra China (Evelyn Hockstein/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 14 de setembro de 2021 às 20h44.

O principal general dos Estados Unidos ligou para seu equivalente chinês em segredo duas vezes no ano passado por preocupações de que o então presidente dos EUA, Donald Trump, pudesse iniciar uma guerra durante a confirmação de sua derrota nas eleições e depois de sua confirmação, reportou o jornal Washington Post nesta terça-feira.

O general norte-americano Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto, ligou para o general Li Zuocheng, do Exército de Libertação Popular, no dia 30 de outubro de 2020, quatro dias antes da eleição presidencial, e novamente no dia 8 de janeiro, dois dias após apoiadores de Trump liderarem uma violenta invasão do Capitólio, segundo o jornal.

Nas ligações, Milley tentou assegurar a Li que os Estados Unidos estavam estáveis e não iriam atacar e, se por acaso houvesse um ataque, ele alertaria seu equivalente antes do momento, de acordo com o jornal.

A reportagem é baseada no livro "Peril", dos jornalistas Bob Woodward e Robert Costa, que, segundo eles, se apoia em entrevistas com 200 fontes e que deve ser publicado na semana que vem.

O gabinete de Milley se recusou a comentar o assunto. Representantes de Trump não foram encontrados imediatamente para comentar.

Perguntada sobre a reportagem por jornalistas que viajam com o presidente norte-americano Joe Biden no avião Air Force One, a porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre se recusou a comentar e indicou o Estado-Maior Conjunto e o Departamento de Defesa.

O republicano Trump indicou Milley para o mais alto posto militar do país em 2018, mas começou a criticá-lo assim que ele e outros indicados e ex-membros de sua equipe após perder as eleições de novembro do ano passado para o democrata Joe Biden e deixar a Casa Branca no dia 20 de janeiro.

Milley foi motivado a entrar em contato com a China pela segunda vez em parte por conta de uma conversa no dia 8 de janeiro com a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, que havia perguntado ao general quais salvaguardas poderiam prevenir um "presidente instável" de iniciar um ataque nuclear, diz a reportagem, citando uma transcrição da conversa.

"Ele é louco. Você sabe que ele é louco", disse Pelosi a Milley na ligação, de acordo com o jornal. Segundo a transcrição citada, o general respondeu: "Eu concordo com você em tudo".

  • Fique por dentro das principais notícias do Brasil e do mundo. Assine a EXAME
Acompanhe tudo sobre:ChinaDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Guerras

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia