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General anuncia libertação de Benghazi após 3 anos de cerco

Nos três anos de cerco e combates, centenas de pessoas morreram e milhares tiveram que fugir de suas casas

Benghazi: "A partir de Agora, Benghazi entrará em uma era de paz e de estabilidade" (Esam Omran Al-Fetori/Reuters)

Benghazi: "A partir de Agora, Benghazi entrará em uma era de paz e de estabilidade" (Esam Omran Al-Fetori/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de julho de 2017 às 22h02.

Trípoli - O general Khalifa Hafter, homem forte do leste da Líbia, anunciou nesta quarta-feira a libertação da cidade de Benghazi, capital da revolução contra Muammar al Kadafi e que desde maio de 2014 sofria um cerco por parte de seus comandados para tomar seu controle das forças ligadas ao antigo governo islamita em Trípoli.

Em um discurso à nação transmitido pela rede de televisão regional, o militar afirmou que suas tropas conseguiram romper as linhas no bairro de Sabri e expulsaram os combatentes do governo rebelde.

"As Forças Armadas que vos protegem vos informam que foi libertada a cidade de Benghazi do terrorismo, uma vitória completa que é fruto da dignidade", afirmou Hafter, citando o nome com o qual batizou sua ofensiva.

"A partir de Agora, Benghazi entrará em uma era de paz e de estabilidade", acrescentou.

Poucas horas antes, um porta-voz militar já tinha antecipado à Agência Efe que as forças de Hafter tinham conseguido de manhã tomar o hospital Al Ghomhuriya e o hotel Regency", os dois edifícios em que os islamitas resistiam.

"Tivemos algumas baixas e restam alguns edifícios para serem verificados, mas se pode dizer que a cidade foi tomada", frisou a fonte, que ressaltou que nos dois edifícios tomados "havia dezenas de cadáveres".

Os supostos remanescentes estão em uma área de casas do distrito de Sidi Akribesh, onde ainda se ouve de forma dispersa o som de tiros e morteiros, como ele admitiu.

Segunda principal cidade da Libia e capital do levante contra a ditadura de Kadafi no leste do país, Benghazi estava sob cerco das forças de Hafter desde maio de 2014.

Dentro de seus limites resistiam milícias ligadas ao antigo governo islamita de Trípoli, além de jihadistas vinculados à Organização da Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), ao grupo tunisiano Ansar al Sharia e ao ramo líbio do Estado Islâmico.

Nos três anos de cerco e combates, centenas de pessoas morreram e milhares tiveram que fugir de suas casas, tornando-se deslocados internos, o que gerou uma tragédia humanitária similar à sofrida pela cidade de Aleppo, na Síria.

Hoje à tarde, a imprensa do leste da Líbia começou a divulgar imagens de soldados que dançavam e cantavam para comemorar a vitória entre escombros de edifícios destruídos pela guerra.

A suposta vitória, favorecida pela intervenção das forças aéreas dos Emirados Árabes Unidos e do Egito - que junto com a Arábia Saudita são os principais aliados estrangeiros do marechal - representa um ganho para as ambições políticas de Hafter.

O militar, que na década de 80 foi recrutado pela CIA e se tornou o principal opositor líbio a Kadafi no exílio, já controla o leste do país e a maior parte dos recursos petroleiros.

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