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Genebra vai introduzir salário mínimo de US$ 4 mil por mês

A Suíça não tem um salário mínimo nacional, mas a população de Genebra votou por implementar um piso. O valor é de cerca de 24.000 reais

Genebra, na Suíça: apesar do salário mínimo alto aprovado, a cidade é uma das mais caras no mundo para se viver (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Genebra, na Suíça: apesar do salário mínimo alto aprovado, a cidade é uma das mais caras no mundo para se viver (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2020 às 14h11.

Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 19h33.

A cidade suíça de Genebra, na Suíça, vai introduzir um salário mínimo de 23 francos suíços (25 dólares por hora). Por um mês de trabalho, são 3.772 francos suíços (4.100 dólares ou cerca de 24.000 reais).

A população da cidade votou pelo piso em um referendo neste fim de semana. A Suíça, ao contrário da maioria dos países do mundo, não tem salário mínimo. Cada região do país pode escolher separadamente que regras quer seguir, e a maioria não estabelece um valor mínimo.

Uma proposta parecida já havia sido rejeitada pelos eleitores da cidade em 2011 e 2014. Segundo a imprensa local, um dos motivos para a aprovação desta vez foi a pandemia do coronavírus, que afetou a economia da cidade, altamente dependente do turismo.

O salário mínimo deve entrar em vigor nas próximas semanas. Será um dos maiores do mundo, quase o dobro do da França, país vizinho.

No Brasil, o salário mínimo é atualmente de 1.039 reais. O valor necessário para sustentar uma família de quatro pessoas, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), seria de mais de 4.000 reais.

O valor escolhido por Genebra é alto, mas se justifica pelo custo de morar na cidade. Pelo alto padrão de renda dos moradores e por atrair turistas abastados, Genebra também é uma das cidades mais caras para se viver.

O presidente da organização Groupement transfrontalier européen, Michel Charrat, que apoia moradores na fronteira entre França e Suíça, disse ao jornal britânico The Guardian que a escolha dos eleitores foi um "marco de solidariedade com os pobres da cidade".

O especialista afirma que o valor aprovado é "o mínimo para não se viver abaixo da linha da pobreza" em Genebra.

A medida beneficiará 30.000 trabalhadores que hoje ganham menos do que isso. Dois terços dos beneficiados serão mulheres, segundo as estimativas de Charrat.

No ranking global da consultoria Mercer, Genebra ficou em nono lugar entre as cidades mais caras do mundo neste ano. Em outros rankings, como o Expatistan, a cidade aparece em segundo lugar. Outras cidades da Suíça também estão entre as mais caras.

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