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Gaza varre os escombros e tenta voltar à vida cotidiana

Gaza - Não era o local da festa de casamento que Riyad Fayad tinha planejado para o casamento de sua filha, Heba, mas com sua casa de Gaza danificada e o bairro em escombros, um abrigo parecia ser a única opção. O centro de refugiados da ONU, em uma escola no centro da Cidade de Gaza, […]


	Casamento em Gaza: pai da noiva disse que queria dar à comunidade um motivo para comemorar
 (Reuters/Mohammed Salem)

Casamento em Gaza: pai da noiva disse que queria dar à comunidade um motivo para comemorar (Reuters/Mohammed Salem)

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Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2014 às 11h36.

Gaza - Não era o local da festa de casamento que Riyad Fayad tinha planejado para o casamento de sua filha, Heba, mas com sua casa de Gaza danificada e o bairro em escombros, um abrigo parecia ser a única opção.

O centro de refugiados da ONU, em uma escola no centro da Cidade de Gaza, se tornou o lar temporário de milhares de palestinos desalojados pela guerra de um mês com Israel, muitos deles são do norte, da cidade de Fayad, Beit Hanoun.

Eles dormem em colchões no chão das salas de aula da escola, onde varais com roupas ficam pendurados nas janelas. Aqueles que não têm quartos fizeram abrigos no pátio, usando as carteiras de madeira e lençóis.

Riyad, de 47 anos, pai da noiva, disse que ele queria dar à sua comunidade um motivo para comemorar e escolheu a escola como local para o ritual de henna de Heba – evento que antecede o casamento – onde as mulheres convidadas decoram suas mãos com tatuagem temporária.

“Apesar do bombardeio de nossas casas e da destruição, estamos olhando para a frente, para a vida,” disse Riyad no pátio enquanto esperava que sua filha chegasse.

Minutos mais tarde, crianças do acampamento começaram a gritar e correram em direção ao portão da escola. Heba, envolta em uma abaya – longa túnica preta – e véu cobrindo o rosto todo, chegou para sua festa em um carro das Nações Unidas, sendo recebida pela multidão como uma estrela de cinema.

As pessoas de Beit Hanoun, cidade da família, que fica na fronteira com Israel, estão tentando reconstruir suas vidas depois de uma guerra que já matou quase 2 mil pessoas na Faixa de Gaza.

Aqueles que podem, voltam para os bairros com fornecimento de eletricidade irregular, e varrem os escombros. Outros como os Fayad estão tentando transformar os centros para refugiados em um lar longe de casa, dormindo lá e indo e voltando da cidade para pegar seus pertences.

De acordo com as Nações Unidas, pelo menos 425 mil pessoas desalojadas na Cidade de Gaza estão em centros de emergência ou ficando com famílias acolhedoras. Quase 12 mil casas foram destruídas ou severamente danificadas pelos ataques de Israel.

Em Beit Hanoun, onde 91 pessoas morreram durante o conflito, cerca de 70 por cento das casas estão inabitáveis, disse o chefe do conselho da cidade Mohammad Nazeq al-Kafarna.

A cidade era um local de “resistência moderada”, ele disse, “mas a reação israelense foi desproporcional.” O conselho estima que só os danos aos edifícios municipais sejam de 500 mil dólares.

Israel diz que militantes usaram Beit Hanoun, uma cidade com população de 30 mil pessoas, e outras áreas residenciais na Faixa de Gaza, como locais para lançamentos de foguetes.

Israel diz que 64 dos seus soldados e três civis morreram durante a guerra que começou no dia 8 de julho, depois que uma série de mísseis foi disparada de Gaza em direção às suas cidades.

Um novo cessar-fogo de cinco dias está para terminar na noite de segunda-feira, com as conversações no Cairo para acabar com a guerra, ainda inconclusivas.

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