Bandeira que representa a comunidade LGBTI (nito100/Thinkstock)
Gabriela Ruic
Publicado em 7 de março de 2019 às 12h21.
Última atualização em 7 de março de 2019 às 12h30.
São Paulo – O ministro do Turismo da Malásia, Datuk Mohammaddin bin Ketapi chocou o mundo nesta quinta-feira, 07 de março, ao dizer que não há gays no país, cuja população é estimada em 32 milhões de pessoas e é de maioria muçulmana.
“Não acredito que temos isso em nosso país”, disse ele para um veículo de notícias alemão, ao ser perguntado sobre a abertura da Malásia para esses turistas, uma vez que há a meta de receber cerca de 30 milhões de visitantes só em 2019. A declaração foi dada na Alemanha, onde o representante do governo malaio participa de uma feira de turismo, para a imprensa que acompanhava a abertura do evento.
A declaração pegou muito mal, mas o ministério do Turismo tentou amenizar o clima. Ao site Business Insider, se limitou a dizer que a Malásia é um polo turístico importante e que todos são bem-vindos. No entanto, reforçou a existência de "leis locais" que "devem ser respeitadas e seguidas, não apenas por turistas estrangeiros, mas pelos cidadãos malaios".
A lei sobre a qual o comunicado se refere é uma que criminaliza a atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo é um crime, punível com até 20 anos de prisão ou multa. A Malásia é parte de um pequeno, mas significativo grupo no qual esse ato é criminalizado e que corresponde a 37% dos países do mundo.
A população LGBTI malaia luta há anos por reconhecimento e direitos e está enfrentando uma pressão cada vez maior por parte do governo, que é acusado de práticas homofóbicas. Em agosto do ano passado, a polícia invadiu uma boate frequentada por esse público em Kuala Lumpur, capital, e vinte homens foram presos por “comportamento ilícito”.