Nord Stream 1: gasoduto que liga Rússia à Alemanha apresenta vazamentos de gás no mar Báltico (Stefan Sauer/picture alliance via Getty Images/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 27 de setembro de 2022 às 08h23.
Última atualização em 27 de setembro de 2022 às 08h27.
O gasoduto russo Nord Stream 1, que liga a Rússia à Alemanha, registrou dois vazamentos de gás no Mar Báltico, disseram autoridades dinamarquesas e suecas nesta terça-feira, um dia após o anúncio de um vazamento do gasoduto paralelo Nord Stream 2.
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- As autoridades foram informadas de que há outros dois vazamentos no gasoduto Nord Stream 1, que também não está operacional, mas contém gás - disse o ministro dinamarquês do Clima e Energia, Dan Jørgensen.
O ministro dinamarquês disse que "é muito cedo para dizer qualquer coisa sobre as causas dos incidentes", mas anunciou que seu país estava aumentando "o nível de preparação do setor de eletricidade e gás".
Um porta-voz da autoridade marítima sueca confirmou à AFP que dois vazamentos foram detectados na ilha dinamarquesa de Bornholm.
Um dos vazamentos do Nord Stream 1 ocorreu na zona econômica exclusiva da Dinamarca e o outro na Suécia, segundo os dois países.
Medidas de segurança foram tomadas, como no vazamento registrado no dia anterior no Nord Stream 2. A navegação em um raio de nove quilômetros e o sobrevoo em um raio de um quilômetro foram proibidos.
- Os incidentes nos dois oleodutos não afetam o fornecimento de gás para a Dinamarca - informou Jørgensen.
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Na noite de segunda-feira, o operador dos dutos Nord Stream 1 e 2 relatou uma queda de pressão no primeiro duto após a detecção de um vazamento no segundo duto.
A inauguração do gasoduto Nord Stream 2 foi cancelada no início do ano pelo governo alemão em retaliação à invasão russa à Ucrânia, mas ele chegou a ser preparado tecnicamente e preenchido com gás. Detectado cerca de 20 quilômetros ao sudeste da ilha dinamarquesa de Bornholm, fora das águas territoriais da Dinamarca, o vazamento do Nord Stream 2 "é perigoso para o tráfego marítimo", afirmou a autoridade marítima do país em um aviso aos navios.
Desde o início da guerra, a Rússia vem suspendendo o fornecimento de gás pelo Nord Stream 1, seu gasoduto em operação através do Mar Báltico, e muitos países já se preparam para cortes nos próximos meses, inclusive no inverno. Líderes europeus afirmam que Moscou faz chantagem energética e usa o combustível como arma em retaliação às sanções ocidentais.
A situação mais crítica é na Alemanha, maior economia da União Europeia e que compra 50% de seu gás da Rússia. Berlim já tomou a decisão de retomar as operações em usinas movidas a carvão, e considera religar ao menos três usinas nucleares, o que pode atrapalhar os objetivos ambientais do país.
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