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Gabinete de Fernández deve mostrar peso de Kirchner em novo governo

O futuro presidente argentino que anuncia seu governo nesta sexta-feira afirmou que ouviu sua vice, mas deu a palavra final

Cristina Kirchner e Alberto Fernández: maior dúvida é sobre quem será o novo ministro da Economia, um cargo vital para o governo (Ricardo Moraes/Reuters)

Cristina Kirchner e Alberto Fernández: maior dúvida é sobre quem será o novo ministro da Economia, um cargo vital para o governo (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2019 às 06h02.

Última atualização em 6 de dezembro de 2019 às 07h24.

São PauloÀs vésperas de tomar posse como novo presidente da Argentina, o peronista Alberto Fernández anuncia nesta sexta-feira 6 os nomes que comporão seu futuro governo. O anúncio é esperado desde o primeiro turno, mas segundo analistas atrasou por causa de disputas entre o novo presidente e sua vice, Cristina Kirchner. Será feito às 18 horas no horário de Buenos Aires.

Para analistas políticos e principalmente para o mercado, o novo gabinete escolhido para comandar a Argentina pelos próximos anos revelará o peso que a ex-presidente Kirchner terá enquanto vice. Na última terça-feira, Fernández confirmou que finalmente pinçou os nomes que conduzirão seu governo. Disse também que ouviu as sugestões de Kirchner, mas deu a palavra final. 

“Cristina influenciou a composição do gabinete da maneira que uma pessoa cuja opinião eu valorizo, mas não preencheu o gabinete com seus próprios nomes. Somos uma frente unida. O que estou procurando é que todos estejam representados”, afirmou Fernández. Segundo veículos da imprensa local, o gabinete do peronista conta com pelo menos 27 nomes, 14 homens e 13 mulheres. 

Entre a imprensa e analistas políticos argentinos, atribui-se a demora no anúncio do novo gabinete a possíveis rusgas entre Fernández e Kirchner na composição do governo, o que pode indicar que a vice-presidente terá menos voz do que se pensava na nova gestão. 

Para os argentinos, a maior dúvida é sobre quem será o novo ministro da Economia, um cargo vital para um governo que assumirá o desafio de tirar a economia do atoleiro. Segundo estimativas recentes, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve encolher 3% este ano e mais 1,5% ano que vem. Além disso, a Argentina ainda tem que pagar 56 bilhões de dólares de um empréstimo com o Fundo Monetário Internacional, e a forma como, e se, o pagamento será feito dependerá do futuro ministro. 

Outro assunto que deve vir à tona nesta sexta-feira são as possíveis taxas americanas sobre o aço e alumínio brasileiro e argentino. Representantes de ambos os países devem se encontrar após a cúpula do Mercosul para discutir a questão. Por aqui, Bolsonaro já anunciou que não irá à posse de novo presidente argentino no dia dez de dezembro. 

Mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi ontem a Buenos Aires e comunicou Bolsonaro da visita. Maia encontrou com Fernández, que mostrou a disposição de trabalhar com o governo brasileiro. Melhor assim. 

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