No encontro mais recente, em junho de 2010, os membros condenam a "falta de transparência" nas atividades nucleares do Irã (Scott Olson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2011 às 14h04.
Redação Central - Os países do G8, que farão uma reunião de cúpula na cidade francesa de Deuville nesta quinta e sexta-feira, somam quase dois terços da riqueza mundial e mais de 50% do comércio internacional.
O Grupo dos Oito (G8) é formado por Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Japão, Itália, Canadá e Rússia. Os chefes de estado e de Governo do G8 se reúnem anualmente para analisar o estado da política e da economia internacional e tentar adotar posições conjuntas.
As origens do G8 remontam a 1973, quando a economia mundial enfrentava uma grave crise desencadeada pela alta dos preços do petróleo que impulsionou várias das principais potências a tentar coordenar suas políticas econômicas.
Em março de 1973, a pedido do então Secretário de Tesouro americano, George Shultz, foi marcada uma reunião com os ministros de finanças de Estados Unidos, Japão, Alemanha, França e Reino Unido.
Dois anos depois, o grupo promoveu sua primeira cúpula, convocada pelo presidente francês na época, Valéry Giscard d'Estaing, para resolver um litígio monetário com os EUA, e da qual participou também a Itália.
Em 1976, o Canadá se uniu à cúpula realizada em San Juan (Porto Rico), constituindo assim o Grupo dos Sete (G7), que desde então abordou não só assuntos econômicos, mas também políticos (como a invasão no Afeganistão, a queda do muro de Berlim, o fim da Guerra Fria, as tensões no Oriente Médio).
As expectativas abertas pela dissolução da URSS marcaram as reuniões de 1991 e 1992 e fizeram com que o G7 ficasse a favor de uma ampliação para incluir à Rússia.
Em junho de 1997, a Rússia assistiu pela primeira vez à cúpula como membro (Denver, EUA), e em 2002 se tornou membro de pleno direito (em Kananaskis, Canadá).
Cronologia das principais cúpulas do G8:
14-15 novembro 1975 - Rambouillet (França)
Trata-se da primeira cúpula convocada pelo presidente francês, Valéry Giscard d'Estaing. Comparecem EUA, Japão, França, Alemanha, Reino Unido e Itália, que discutem um sistema de câmbios flutuantes de suas moedas.
27-28 junho 1976 - San Juan (Porto Rico)
O Canadá se soma ao grupo.
8-9 maio 1977 - Londres
Os membros firmam um compromisso para aumentar a energia nuclear como alternativa ao petróleo.
22-23 junho 1980 - Veneza (Itália)
A invasão soviética do Afeganistão põe os assuntos políticos em primeiro plano.
14-16 julho 1989 - Paris
O presidente soviético, Mikhail Gorbachev, pede em carta uma maior cooperação leste-oeste.
15-17 junho 1991 - Londres
Gorbachev participa como convidado e o G-7 se pronuncia a favor de que a URSS seja "membro associado" das instituições financeiras internacionais.
7-9 julho 1993 - Tóquio
Acordo para a maior redução de tarifas alfandegárias da história.
20-22 junho 1997 - Denver (EUA)
É batizada como "Cúpula dos Oito", já que a Rússia assistiu pela primeira vez como membro.
18-20 junho 1999 - Colônia (Alemanha)
É perdoada a dívida dos países mais pobres em US$ 70 bilhões.
20-22 julho 2001 - Gênova (Itália)
Manifestações antiglobalização têm como saldo a morte de um jovem, 500 pessoas feridas e em centenas detidas.
26-28 junho 2002 - Kananaskis (Canadá)
A Rússia se torna membro de pleno direito. É aprovado o Plano de Ação para a África e um acordo para desmantelar dois terços do arsenal nuclear russo em 10 anos.
9-10 junho 2004 - Sea Island (EUA)
Os Estados Unidos se reconciliam com seus aliados europeus após a invasão do Iraque, mas a França e a Alemanha se opõem ao envio de tropas a esse país.
7-8 julho 2005 - Gleneagles (Escócia)
É estabelecido um compromisso contra a mudança climática.
7-9 julho 2008 - Toyako (Japão)
Os integrantes fecham um acordo para reduzir pela metade a emissão de gases de efeito estufa para 2050.
8-10 julho 2009 - L'Aquila (Itália)
É fixada uma doação de US$ 20 bilhões contra a fome. É também discutida uma futura ampliação do clube para 14 membros.
25-26 jun 2010 - Muskoka (Canadá)
Os membros condenam a "falta de transparência" nas atividades nucleares do Irã e no ataque da Coreia do Norte contra um navio de guerra sul-coreano.