Protesto a favor do governo na Líbia: França acredita que regime vai tomar Benghazi (John Moore/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2011 às 11h57.
Paris - Estados Unidos, Rússia, Alemanha, Grã-Bretanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Canadá e Japão descartaram nesta terça-feira em Paris a opção militar contra a Líbia, como queriam Paris e Londres, deixando em evidência suas divisões diante de Muammar Kadafi, cujas tropas continuam avançando para Benghazi, reduto das forças rebeldes.
Presidente em exercício do G8, que reúne as sete potências ocidentais mais a Rússia, a França não conseguiu convencer seus sócios sobre a urgência de obter a luz verde da ONU para lançar uma ação militar na Líbia, a fim de frear a bem sucedida contraofensiva das forças do coronel Kadafi.
"Por ora, não os convenci", declarou Juppé à rádio Europe 1, depois de um jantar de trabalho mantido na segunda-feira com seus colegas.
França e Grã-Bretanha tentam há uma semana convencer seus sócio de estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia ou de realizar ataques aéreos seletivos para enfraquecer a potência militar de Kadafi.
"Kadafi está marcando pontos", admitiu Juppé nesta terça, antes e reconhecer que a comunidade internacional não poderá impedir que o dirigente líbio retome o controle de Benghazi, símbolo da insurreição.
"Hoje, não temos os meios militares porque a comunidade internacional não decidiu dotar-se dos mesmos", enfatizou o chanceler francês.
Na quinta-feira passada, na véspera de um conselho europeu dedicado praticamente à situação na Líbia, a França foi o primeiro - e único - país a reconhecer formalmente a oposição a Kadafi, ao mesmo tempo em que defendia ataques aéreos seletivos na Líbia.
"Se tivéssemos usado a força na semana passada para neutralizar determinado número de pistas aéreas e várias dezenas de aviões, talvez a mudança desfavorável para a oposição não tivesse acontecido", lamentou o ministro francês.
Segundo o político, os chanceleres do G8 concordaram em retomar as discussões dentro do Conselho de Segurança para obter uma resolução que aumente a pressão sobre Kadafi.
Juppé evocou a possibilidade de impor um embargo marítimo.
Na segunda-feira, no entanto, uma reunião do Conselho de Segurança da ONU colocou em evidência a mesma divisão do G8 em Paris e na sexta-feira passada em Bruxelas.
A Rússia considera que, antes de recorrer à força, é preciso resolver assuntos fundamentais. A Alemanha prefere aumentar a pressão política e econômica sobre o regime líbio.
O Japão indicou que a aplicação de uma zona de exclusão aérea necessita de uma justificativa.
Os Estados Unidos também não se mostraram entusiasmados na hora de apoiar a iniciativa franco-britânica de ataques aéreos seletivos.
A chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, evocou na segunda-feira, em Paris, uma eventual ajuda política e econômica à oposição líbia durante uma reunião com um membro do Conselho Nacional da Transição (CNT) líbia, Mahmud Jibril, que reclamou o envio de armas.
Segundo um dirigente americano que pediu anonimato, Hillary disse que estudará essa opção, mas sem fazer promessas.
Os ministros do G8 também falaram sobre as consequências nucleares do terremoto e do tsunami do Japão.
O perigo nuclear é extremamente elevado no Japão, declarou Juppé após uma reunião com seu colega japonês.
A crise nuclear se agravou nesta terça com uma nova explosão no reator número 2 e incêndio no número 4 na central Fukushima 1, elevando perigosamente o nível de radioatividade no arquipélago. No sábado e na segunda, três explosões ocorreram no reator 1 e 3.