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G7 decide novas sanções contra Rússia por Ucrânia

EUA poderão aplicar sanções a partir de segunda-feira, diante de uma ameaça de invasão russa no leste da Ucrânia, onde separatistas capturaram membros da OSCE

Ativista pró-russo em posto de controle em Slaviansk, no dia 26 de abril de 2014  (AFP/ Max Vetrov)

Ativista pró-russo em posto de controle em Slaviansk, no dia 26 de abril de 2014 (AFP/ Max Vetrov)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2014 às 10h06.

Sloviansk - O G7 decidiu adotar novas sanções contra a Rússia, que os Estados Unidos poderão aplicar "a partir de segunda-feira", diante de uma ameaça de invasão russa no leste da Ucrânia, onde os separatistas capturaram membros da OSCE, acusando-os de ser "espiões da Otan".

Estas medidas foram anunciadas em Seul, onde o presidente americano, Barack Obama, estava de visita.

"Nós já não excluímos uma intervenção militar russa na Ucrânia nos próximos dias", declarou um diplomata ocidental aos jornalistas.

Por sua vez, o papa Francisco se comprometeu neste sábado a fazer todo o possível pela paz na Ucrânia, ao receber o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk.

Yatseniuk decidiu encurtar sua estadia em Roma e retornar a Kiev devido à situação, disse seu porta-voz, razão pela qual não assistirá no domingo à canonização de João XXIII e João Paulo II.

Enquanto a Rússia realizava "manobras ameaçadoras", segundo os ocidentais, na fronteira oriental da Ucrânia, os aviões russos violaram o espaço aéreo ucraniano em várias oportunidades nas últimas 24 horas, indicou o Pentágono neste sábado.

Na sexta-feira, Yatseniuk acusou Moscou de querer lançar "uma Terceira Guerra Mundial".

Na região, os separatistas declararam neste sábado que os observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) detidos na sexta-feira em Slaviansk, reduto dos insurgentes pró-russos, eram "espiões da Otan" e apenas seriam libertados em troca de "seus próprios prisioneiros".


Diante da sede dos serviços de segurança (SBU), onde vários representantes da OSCE e seus acompanhantes ucranianos encontram-se detidos, as barricadas foram reforçadas na manhã deste sábado com sacos de areia. Três veículos blindados estavam estacionados perto do local, constatou um jornalista da AFP.

A Rússia fará tudo o que estiver ao seu alcance para obter a libertação dos membros desta missão da OSCE, afirmou o representante russo ante esta organização europeia neste sábado.

"Acreditamos que estas pessoas devem ser libertadas o quanto antes", declarou Andrei Kelin à agência oficial RIA Novosti. "Como membro da OSCE, a Rússia tomará todas as medidas possíveis neste caso", acrescentou.

Sanções ocidentais

O G7, integrado pelos sete países ocidentais mais industrializados, acusou a Rússia de seguir "aumentando as tensões com uma posição cada vez mais inquietante e manobras militares ameaçadoras na fronteira da Ucrânia".

Segundo um funcionário americano que pediu o anonimato, "cada país determinará quais sanções seletivas quer impor. Estas sanções serão coordenadas e complementares, mas não necessariamente idênticas".

"As sanções americanas podem ser aplicadas a partir de segunda-feira", acrescentou.

Na sexta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou uma reunião de ministros das Relações Exteriores da União Europeia "o quanto antes" para estudar novas sanções.

As grandes potências também "concordaram em pedir o fortalecimento do papel da missão de observação da OSCE na Ucrânia", cujos observadores no país foram capturados na sexta-feira por separatistas, segundo Kiev e Berlim.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, falou com seu colega russo Serguei Lavrov para obter a libertação dos observadores da OSCE, informou neste sábado o ministério.

Este ministério também apelou neste mesmo sentido para "diplomatas de alto escalão da embaixada russa" em Berlim, acrescentou a mesma fonte.

Treze observadores da OSCE foram capturados e estão detidos por separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, havia anunciado na sexta-feira o governo alemão.


A cidade de Slaviansk, reduto dos separatistas no leste da Ucrânia, está em estado de sítio depois de um breve e mortífero ataque lançado pelos veículos blindados ucranianos.

O ministério do Interior indicou que havia instaurado um bloqueio de Slaviansk com as forças da guarda nacional para impedir que os pró-russos recebessem reforços.

"Nós não entregaremos a cidade", respondeu o líder dos insurgentes de Slaviansk, Viacheslav Ponomarev.

A Rússia apelou para o governo ucraniano colocar fim imediatamente a sua ofensiva militar, mas Kiev respondeu que sua operação antiterrorista prosseguirá, embora tenha se comprometido a mostrar moderação.

Segundo as autoridades ucranianas, a Rússia prepara uma invasão ou deseja ao menos desestabilizar o país antes das eleições presidenciais antecipadas de 25 de maio.

Já os separatistas querem organizar um referendo no dia 11 de maio para cortar as relações com Kiev ou se incorporar à Rússia.

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