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G7 busca unidade em relação à China após declarações de Macron

Os ministros vão focar boa parte das discussões na China e no apoio à Ucrânia contra a invasão russa

The flags of the G7 countries, the European Union and the 2022 G7 summit are seen behind a lectern on June 28, 2022 at Elmau Castle, southern Germany, prior to a closing press conference of the German Chancellor at the end of the G7 Summit. (Photo by KERSTIN JOENSSON / AFP) (Photo by KERSTIN JOENSSON/AFP via Getty Images) (Kerstin Joensson/Divulgação)

The flags of the G7 countries, the European Union and the 2022 G7 summit are seen behind a lectern on June 28, 2022 at Elmau Castle, southern Germany, prior to a closing press conference of the German Chancellor at the end of the G7 Summit. (Photo by KERSTIN JOENSSON / AFP) (Photo by KERSTIN JOENSSON/AFP via Getty Images) (Kerstin Joensson/Divulgação)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 17 de abril de 2023 às 10h55.

Os chefes da diplomacia do G7 se reúnem nesta segunda-feira, 17, no Japão para mostrar unidade diante dos desafios da China, após as controversas declarações do presidente francês, Emmanuel Macron.

Os ministros das Relações Exteriores das sete potências mais avançadas (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) terão que enfrentar a tempestade desencadeada pelo presidente francês quando, no retorno de uma viagem a Pequim, ele disse que a Europa deve evitar "crises que não são [suas]", referindo-se à posição dos Estados Unidos no conflito entre China e Taiwan.

Os ministros vão focar boa parte das discussões na China e no apoio à Ucrânia contra a invasão russa.

Desde domingo, o chanceler japonês, Yoshimasa Hayashi, deu o tom do encontro, insistindo que "a unidade do G7 é extremamente importante".

"A comunidade internacional está agora em um ponto de virada histórico", insistiu Hayashi nesta segunda-feira, acrescentando que o G7 "rejeita categoricamente qualquer tentativa unilateral de mudar o status quo pela força", na Ucrânia ou em qualquer outro lugar.

Sobre o conflito na Ucrânia, os chanceleres concordaram nesta segunda-feira em reforçar as medidas para evitar a evasão das sanções impostas à Rússia após a invasão.

Em meio às tensões entre China e Taiwan, um destróier dos Estados Unidos navegou no Estreito de Taiwan no domingo, onde Pequim, que afirma que a ilha faz parte de seu território, sediou exercícios militares nos últimos dias.

Os Estados Unidos destacaram recentemente "a convergência de pontos de vista" sobre a China, cada vez mais forte entre americanos e europeus.

Mas, depois dos comentários de Macron, a consonância não parece tão sólida.

As viagens de Macron e outros líderes do G7 a Pequim "serão um tema de discussão" nas reuniões, segundo uma autoridade dos EUA, que pediu anonimato.

No entanto, a nível geral, será abordada a necessidade de "garantir que estamos totalmente alinhados numa visão concertada e comum", acrescentou.

Os governantes têm evitado atiçar a polêmica, ao contrário de alguns políticos europeus que criticaram duramente Macron, como o primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki.

Apesar destas declarações que pretendem refletir a unidade, a verdade é que os comentários do presidente francês colocam na mesa as diferenças entre os aliados, diz Jacques deLisle, do Foreign Policy Research Institute.

"Os europeus têm se aproximado das posições defendidas pelos Estados Unidos sobre China e Taiwan. Mas isso não é um consenso", acrescenta.

Macron faz discurso aos franceses após a 'vitória de Pirro' com a reforma da Previdência

O presidente francês, Emmanuel Macron, deve definir o "rumo" de seu mandato nesta segunda-feira (17) em um discurso na televisão, em um clima de permanente crise política e social após a promulgação de sua impopular reforma da Previdência.
"O presidente quer aproveitar esta oportunidade para enviar uma mensagem aos franceses, agora que o processo de reforma da Previdência acabou, que sem dúvida deixará raiva na mente e no coração do povo", explicou seu entorno.

Desde janeiro, centenas de milhares de pessoas, a pedido dos sindicatos, protestam contra o aumento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030 e da antecipação para 2027 da exigência de contribuição por 43 anos, e não 42, para receber uma aposentadoria completa.

Temendo perder a votação no Parlamento, Macron decidiu em março adotar esta lei por decreto. Na última sexta-feira, o Conselho Constitucional validou as principais medidas do seu projeto e o procedimento usado para a sua adoção, uma "vitória de Pirro", segundo observadores.

Os sindicatos alertaram para a "crise democrática" gerada pela aprovação de uma lei que a grande maioria dos franceses rejeita, segundo as pesquisas, e sua rápida promulgação na madrugada de sábado acentuou seu descontentamento.

Enquanto isso, os opositores da reforma convocaram nas redes sociais manifestações em frente às prefeituras durante o discurso do presidente, marcado para esta segunda-feira a partir das 20h (15h no horário de Brasília).

Os sindicatos representativos da empresa ferroviária SNCF também convocaram um dia de "fúria ferroviária" na quinta-feira.

Um apelo para impedir a realização dos Jogos Olímpicos de 2024 marcados para Paris caso o governo não retire a reforma circula cada vez mais nas redes sociais.

No discurso, que será exibido pela televisão, Macron deve abordar os próximos passos e o "rumo" do seu mandato até 2027, sem a maioria absoluta que desfrutou até junho e que torna incerta a aprovação de cada projeto.

Os líderes sindicais se recusaram a falar com o governo antes de 1º de maio, apesar da proposta de Macron. "O mundo do trabalho ainda está em choque", disse o líder do principal sindicato francês, o moderado CFDT, Laurent Berger.

A líder de extrema direita Marine Le Pen, que subiu nas pesquisas com a atual crise, considerou que o governo está "desacreditado" e pediu ao presidente que convoque um referendo sobre a lei da Previdência, para dissolver a Assembleia (câmara baixa) ou renunciar.

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