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G7 ameaça aumentar sanções contra Rússia por crise ucraniana

Países ameaçaram sanções mais duras se a Rússia não ajudar a restaurar a estabilidade no leste da Ucrânia


	Miliciano armado da autoproclamada República Popular de Donetsk monta guarda em um posto de controle
 (Maxim Zmeyev/Reuters)

Miliciano armado da autoproclamada República Popular de Donetsk monta guarda em um posto de controle (Maxim Zmeyev/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2014 às 21h31.

Bruxelas - As principais nações industrializadas do mundo ameaçaram nesta quarta-feira impor sanções mais duras à Rússia se o país não ajudar a restaurar a estabilidade no leste da Ucrânia, onde milícias pró-Rússia continuam atuando à vontade.

Embora a Ucrânia tenha conseguido realizar uma eleição presidencial essencialmente pacífica no mês passado, a situação no leste, perto da fronteira russa, continua volátil, com grupos armados atacando forças do governo ucraniano e ocupando edifícios estatais.

“Estamos prontos para intensificar sanções específicas e cogitar significativas medidas restritivas adicionais para impor custos maiores à Rússia caso os eventos nos forcem a fazer isso”, declarou o G7 em um comunicado depois das conversas no fim da tarde em Bruxelas.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que as potências ocidentais irão verificar “repetidas vezes” se a Rússia está fazendo o que pode para estabilizar a situação depois de ter anexado a península da Crimeia em março.

“Não podemos nos dar ao luxo de uma desestabilização ainda maior na Ucrânia", declarou Merkel a repórteres. "Se não tivermos progressos nas questões que temos que resolver, há a possibilidade de sanções, até de sanções pesadas de fase 3”, disse ela, referindo-se a restrições em comércio, finanças e energia.

Até agora, os Estados Unidos e a União Europeia impuseram medidas relativamente brandas, como proibições de viagem e congelamentos de bens, contra dezenas de autoridades russas em reação à anexação da Crimeia, no leste da Ucrânia.

Houve ameaça de novas medidas se as eleições de 25 de maio fossem afetadas, mas o pleito ocorreu bem e o novo presidente, Petro Poroshenko, será empossado no sábado.

Alguns viram isso como uma indicação de que a Rússia está cooperando mais, reduzindo a ameaça de novas sanções. Mas a declaração desta quarta-feira sugere que o Ocidente ainda não está convencido de que o presidente russo, Vladimir Putin, está fazendo o suficiente para acalmar a situação.

Embora Putin tenha sido cortado do G7 – esta foi a primeira reunião sem a Rússia desde que o país se juntou ao clube em 1997 – ele irá se encontrar com Merkel, o presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, na comemoração do Dia D na França ainda nesta semana.

Indagada sobre as conversas bilaterais e se elas despertam quaisquer temores no presidente dos EUA, Barack Obama, que tem evitado explicitamente qualquer contato com Putin, uma autoridade norte-americana disse não ser importante com quem Putin se encontra, mas “o que as pessoas dizem nestas reuniões”.

Antes da cúpula do G7, Obama se encontrou com Poroshenko em Varsóvia e o declarou uma “escolha sábia” para liderar a Ucrânia, parte dos esforços de EUA e UE para fornecer apoio moral e financeiro à nova liderança.

Poroshenko, milionário da indústria de chocolate, disse estar disposto a encontrar Putin para conversas de paz nos bastidores da comemoração do Dia D na Normandia, embora ainda nenhuma reunião tenha sido marcada.

Além de política externa, a cúpula de dois dias do G7 também incluirá discussões sobre políticas econômicas, comércio, clima e energia.

Uma das discussões mais delicadas será sobre a segurança energética, particularmente na Europa, que depende da Rússia para cerca de um terço do seu petróleo e gás - o que dá a Moscou influência sobre a UE e os seus 500 milhões de habitantes. (Reportagem adicional de Roberta Rampton, Jan Strupczewski, Robin Emmott e Barbara Lewis, em Bruxelas; de Noah Barkin e Stephen Brown, em Berlim)

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