Barack Obama: apesar das dificuldades em casa, ele quer pressionar os europeus (Alex Wong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2011 às 15h04.
Washington - Enfraquecido pela hostilidade do Congresso, Barack Obama pressionará os governos europeus na reunião do G20. O presidente teme que as consequências da crise da dívida afetem a tímida recuperação da economia americana.
A dúvida existente é se Obama está em posição de pressionar seus parceiros internacionais, quando suas próprias iniciativas de reativação econômica foram barradas por seus adversários republicanos.
Desde setembro o presidente defende medidas para a retomada do crescimento do emprego, que estão estimadas em 447 bilhões de dólares. Este plano foi recusado pelo Senado duas vezes.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, nega que a influência de Obama no exterior foi afetada pela situação interna. "Há um bloqueio quanto à questão do emprego (no Congresso), mas esperamos que isto mude", afirmou na sexta-feira passada.
Obama "chega forte na França porque temos pressionado o Congresso para agir nesta questão e, além de ser o dirigente da economia mais importante do mundo é um grande amigo e aliado de muitos países", afirmou Carney.
"Acredito que teremos um papel importante no G20 e nos outros fóruns internacionais", adiantou o porta-voz. Os Estados Unidos organizam o Fórum Econômico da Ásia e Pacífico, previsto para meados de novembro no Hawaii.
Obama participa dos trabalhos preparatórios para o G20 desde que chegou em Cannes e deve se reunir com seus colegas Nicolas Sarkozy - presidente da França - e a chanceler alemã, Angela Merkel, em reuniões dedicadas à Eurozona.
A presidência americana assegurou que Obama compartilha o objetivo de uma recuperação econômica de seus parceiros, mas afirmou que existem vários pontos polêmicos, como o imposto das transações financeiras defendido por Sarkozy e a possível contribuição da China no Fundo de Estabilidade Financeira Europeu (FEEF).
Durante o G20, a delegação americana pretende pedir esclarecimentos sobre o acordo da semana passada em Bruxelas, informou Lael Brainard, vice-secretário do Tesouro para questões internacionais.
"Como os outros membros do G20, seremos solidários com a Europa. O continente possui recursos para enfrentar as dificuldades atuais e temos confiança nisso", disse.
"Se a Europa estiver frágil e não crescer, isto terá consequências diretas em nossa capacidade de criar emprego", recordou Obama nas últimas semanas.