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G20 evita divisões sobre Ucrânia e mudança climática

Em uma das reuniões, questão climática foi levantada pelo presidente Lula

Lula: "descompromisso com o meio ambiente nos leva a uma emergência climática sem precedentes", disse presidente em reunião do G20 (Sanchit Khanna/Hindustan Times/Getty Images)

Lula: "descompromisso com o meio ambiente nos leva a uma emergência climática sem precedentes", disse presidente em reunião do G20 (Sanchit Khanna/Hindustan Times/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 9 de setembro de 2023 às 12h08.

Os países do G20 evitaram neste sábado, 9, criticar a Rússia pela invasão da Ucrânia e adotaram um consenso mínimo sobre a mudança climática, que não inclui a eliminação do uso de combustíveis fósseis.

No final do primeiro dos dois dias da sua cúpula em Nova Délhi, os países do G20 encontraram uma linguagem de consenso mínima que é aceitável tanto para a Rússia como para os países que apoiam a Ucrânia na guerra que começou há mais de um ano e meio. Nas questões climáticas, o acordo é tão básico que foi aceito por países que defendem a eliminação gradual dos combustíveis fósseis e por grandes produtores de petróleo como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e a Rússia.

As divisões no bloco das 20 maiores economias do mundo ameaçaram encerrar a cúpula de sábado e domingo sem uma posição final, mas a anfitriã Índia pressionou para que uma declaração fosse acordada.

Em relação ao conflito na Ucrânia, o grupo denunciou o uso da força para obter ganhos territoriais, mas evitou criticar diretamente a Rússia pela sua invasão lançada em fevereiro de 2022.

"Houve diferentes critérios e avaliações da situação", disse a declaração.

Embora os Estados Unidos e a União Europeia (UE) tenham tentado evitar uma declaração diluída sobre a Ucrânia, um alto funcionário da Casa Branca disse estar satisfeito com o resultado.

"Do nosso ponto de vista, fez um trabalho muito bom", comentou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, sobre a declaração.

Ele observou que o G20 defende "o princípio de que os Estados não podem usar a força para procurar conquistas territoriais ou violar a integridade, a soberania territorial ou a independência política de outros Estados".

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Combustíveis fósseis

No que diz respeito ao clima, o G20 também conseguiu encontrar um mínimo denominador comum, mas evitou o compromisso de eliminação progressiva dos combustíveis fósseis.

A eliminação desta energia poluente foi considerada na sexta-feira “indispensável” pela ONU para atingir a meta de zero emissões líquidas.

O grupo se comprometeu a triplicar as fontes de energia renováveis até 2030 e a “eliminar gradualmente” o carvão “de acordo com as circunstâncias nacionais”.

Os países do G20 representam cerca de 85% das emissões de gases de efeito estufa, que causam o aquecimento global. O observatório europeu Copernicus alertou esta semana que este ano se prepara para ser o mais quente da história.

A questão climática foi levantada na reunião pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que alertou: "O descompromisso com o meio ambiente nos leva a uma emergência climática sem precedentes".

"As secas, enchentes, tempestades e queimadas se tornam mais frequentes e minam a segurança alimentar e energética", acrescentou Lula, cujo país acolherá a cúpula climática da ONU COP30 em 2025.

Ele também anunciou que a crise climática fará parte da agenda do G20 quando o Brasil assumir a presidência do fórum em 2024 e realizar a próxima cúpula no Rio de Janeiro.

A América Latina também está representada na cúpula pelo presidente argentino Alberto Fernández, enquanto o mexicano Andrés Manuel López Obrador não compareceu.

"Este G20 tinha que mostrar o caminho para um futuro sem combustíveis fósseis", disse Friederike Roder, vice-presidente da organização Global Citizen, em comunicado.

"Embora reconheça as conclusões (da ONU) sobre a redução das emissões em 43% até 2030, não menciona nada sobre a eliminação progressiva de todos os combustíveis fósseis, não apenas do carvão".

Por esta razão, descreveu-o como "um sinal terrível para o mundo, especialmente para os países mais pobres e para as populações mais vulneráveis".

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