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G20 elabora regras para países que provocam desequilíbrios

Acordo fixa pautas que permite analisar a contribuição de cada país aos desequilíbrios do planeta

G20: órgão deve divulgar uma lista com os países com desequilíbrios mais fortes (Nicholas Kamm/AFP)

G20: órgão deve divulgar uma lista com os países com desequilíbrios mais fortes (Nicholas Kamm/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2011 às 14h48.

Washington - Os países ricos e os emergentes do G20 reunidos nesta sexta-feira para acertar regras de controle financeiro mútuo que permitam alertar para a possibilidade de crise no futuro conseguiram chegar um acordo sobre a forma de identificar os Estados que devem fazer mais esforços para enfrentar os grandes desequilíbrios econômicos mundiais.

"As discussões avançaram durante a madrugada desta sexta-feira e chegou-se a um acordo", afirmou a fonte antes do início da reunião formal dos ministros das Finanças e e diretores de bancos centrais do G20, que mantiveram um jantar de trabalho em Washington.

O acordo fixa as pautas que permitem analisar a contribuição de cada Estado membro aos desequilíbrios do planeta, de acordo com uma série de indicadores selecionados em fevereiro pelo G20, mas também graças às particularidades de cada país.

O G20 também deve acertar uma lista de países que apresentam os desequilíbrios mais fortes e que precisam ser alvo de um exame mais severo, no segundo semestre do ano, mas sobre este aspecto ainda não há acordo.

Segundo uma fonte da delegação americana, a lista poderá ser publicada nas próximas semanas.

Os líderes do G20 devem se reunir em novembro, em Cannes (França), para fixar as recomendações de política econômica aos países designados, para que enfrentem seus desequilíbrios.

A reunião dos ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais dos principais países ricos e emergentes, à margem das assembleias de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), começou na noite de quinta-feira com uma análise de conjuntura da economia mundial, confrontada a novos desafios vinculados às revoltas do mundo árabe e à recente catástrofe que atingiu o Japão.

O diagnóstico pode ser similar ao estabelecido pelo FMI, em geral otimista, apesar da recente disparada dos preços do petróleo.


O G20 adotou em fevereiro em Paris um difícil compromisso arrancado in extremis da China sobre uma lista de indicadores para medir os desequilíbrios internos (déficit, endividamento, economia) e externos (balança de contas correntes).

Em Washington, os ministros devem estabelecer tetos para estes indicadores, que de qualquer modo não serão limítrofes em valores universais.

Segundo um mecanismo que "pode parecer complexo e tecnocrático", de acordo com as palavras de um negociador, haverá "linhas diretrizes" adaptadas a cada país, analisadas levando-se em conta suas particularidades e que dirão quais nações apresentam desequilíbrios que merecem um exame mais detalhado.

Estas "linhas diretrizes" definidas e uma lista de países submetidos a este diagnóstico profundo darão lugar na cúpula do G20 em Cannes (sul da França), em novembro, a recomendações de política econômica que tendem a acabar com estes desequilíbrios.

Estados Unidos, Alemanha, China e Japão estão certamente nesta lista, segundo uma fonte próxima às negociações. Outros países podem se somar a ela.

Para vários observadores, este processo é uma maneira dissimulada de levar a China a modificar seu modelo econômico e apoiar mais sua demanda interna.

As outras grandes potências, em primeiro lugar os Estados Unidos, acusam Pequim de manter sua moeda desvalorizada de forma artificial para impulsionar suas exportações e acumular excedentes, o que afeta seus sócios comerciais.

A questão da cotação de moedas e a reforma do sistema monetário internacional também será abordada.

A França impulsiona a elaboração de um calendário para a integração da moeda chinesa às moedas que integram o ativo monetário do FMI junto ao dólar, ao euro, ao iene e à libra esterlina.

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