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G20 diz que crescimento avança, mas Europa é obstáculo

Cerca de mil medidas foram propostas para impulsionar o crescimento global em até 1,8% até 2018, aproximando-se da meta de 2 pontos percentuais


	O secretário do Tesouro americano Lew ao lado do secretário do Tesouro australiano Hockey: Preocupação com a crise na Europa
 (REUTERS/Lincoln Feast)

O secretário do Tesouro americano Lew ao lado do secretário do Tesouro australiano Hockey: Preocupação com a crise na Europa (REUTERS/Lincoln Feast)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2014 às 12h00.

Cairns, Austrália - O G20 afirmou que está perto de adicionar 2 trilhões de dólares extras à economia global e de criar milhões de novos postos de trabalho, mas a estagnação prolongada da Europa continua a ser um grande obstáculo.

Ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais reunidos na cidade australiana de Cairns apontaram progresso na blindagem do sistema financeiro mundial e em reduzir as brechas fiscais exploradas por multinacionais.

Eles também abordaram o problema espinhoso de convidar o presidente russo, Vladimir Putin, para a cúpula dos líderes do G20 em novembro devido aos acontecimentos na Ucrânia. Eles chegaram ao consenso de manter a pressão diplomática, mas deixar a porta aberta para a sua participação.

"Estamos determinados a elevar o crescimento, e os países estão dispostos a usar todas as nossas alavancas macroeconômicas --políticas monetária, fiscal e estrutural-- para enfrentar esse desafio", disse o ministro do Tesouro australiano, Joe Hockey, que sediou o evento.

Quase mil medidas foram propostas para impulsionar o crescimento global em até 1,8 por cento até 2018, aproximando-se da ambiciosa meta de 2 pontos percentuais adotada em fevereiro.

Uma preocupação comum era o risco de o desequilíbrio econômico na Europa puxar os outros países para baixo. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, citou diferenças "filosóficas" com alguns de seus colegas da Europa, especialmente sobre a necessidade de estímulos de curto prazo.

"A preocupação que eu tenho é que, se os esforços para impulsionar a demanda forem adiados por muito tempo, há um risco de que os ventos contrários fiquem mais fortes e que a Europa precise de um pouco mais de ventos a favor na economia", disse Lew. 

O argumento não encontrou ressonância no ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, que enfatizou a necessidade de reformas estruturais e controles orçamentários rígidos.

As propostas para elevar o crescimento global vão agora para a aprovação formal na cúpula de líderes do G20 em Brisbane, em novembro.

A principal delas é uma iniciativa global que visa aumentar o investimento privado em infraestrutura, um dos assuntos de destaque para os australianos que lideram o G20 este ano.

China

Enquanto as falhas da Europa foram o centro das atenções, surpreendentemente a desaceleração da China foi pouco discutida, ao menos publicamente.  "Nosso ponto fundamental sobre a meta de crescimento é que com a China desacelerando em um sentido estrutural ... vai ser extremamente difícil atingirmos o número (2 por cento), considerando o enorme impacto aritmético da China", disse Huw McKay, economista da Westpac. 

O ministro das Finanças da China, Lou Jiwei, disse que as medidas de estímulo também trouxeram problemas como o excesso de capacidade, a poluição ambiental e a crescente dívida de governos locais, apenas o mais recente sinal de que qualquer afrouxamento de política no país seria limitado.

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