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Futuro premier da Irlanda quer renegociar socorro financeiro

Enda Kenny exigiu uma revisão da atual taxa de juros aplicada pela UE, que considera "punitiva"

Enda Kenny, futuro premier da Irlanda: "Vamos agir rapidamente" (Leon Neal/AFP)

Enda Kenny, futuro premier da Irlanda: "Vamos agir rapidamente" (Leon Neal/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2011 às 10h42.

DublinN - Enda Kenny, futuro premier da Irlanda, declarou neste sábado que vai renegociar o plano de ajuda financeira a seu país a partir da "próxima semana", e exigiu uma revisão da atual taxa de juros, que considera "punitiva".

"Vamos atuar sobre este tema na próxima semana. Já mantive contatos durante o dia de hoje", disse Kenny à TV estatal RTE sobre a revisão das cláusulas mais polêmicas do plano de socorro financeiro à Irlanda, firmado no final de novembro com União Europeia (UE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

Kenny, líder da oposição vencedora das eleições gerais de sexta-feira, prometeu durante a campanha exigir uma revisão para baixo das taxas "punitivas" de juros aplicadas pela UE no dinheiro concedido à Irlanda no plano de socorro.

O futuro premier também promete pedir a revisão do custo de reestruturação dos bancos irlandeses, passando aos detentores de bônus parte do prejuízo.

"Vejo uma margem de manobra em relação à taxa de juros e ao custo da reestruturação dos bancos. Vamos agir rapidamente".

O plano de socorro financeiro foi exatamente a chave da vitória da oposição, já que os eleitores irlandeses não engoliram o apoio do Fianna Fail, do premier Brian Cowen, ao resgate de 85 bilhões de euros firmado em novembro passado com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional.

Segundo as pesquisas, o Fianna Fail obteve apenas 15,1% dos votos, o pior resultado de sua história, contra 36,1% para o Fine Gael, principal partido da oposição.

Cowen teve que aceitar o plano de resgate, forçado por um déficit público que atingiu 32% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, mas a medida feriu o orgulho nacional do outrora "Tigre Celta".

Após a crise política desencadeada pelas medidas econômicas, Cowen renunciou à liderança de seu partido e à candidatura nestas eleições.

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